No Dia Internacional da Mulher, 8 de março, o poder judiciário, representado pelo presidente do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ-TO), Eurípedes Lamounier, esteve na Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (DEAM) para realizar a doação de um veículo que deverá contribuir para a qualidade no atendimento às vítimas de violência no Estado.
De acordo com o presidente do TJ-TO o poder judiciário tem que dar prosseguimento à jurisdição que se refere a proteção da mulher. “Precisamos dar efetivamente a proteção que a mulher em situação de violência precisa. O Tribunal não poderia deixar de prestar esse apoio, dentro das suas possibilidades”, destacou Lamounier.
Na ocasião o secretário de Segurança Pública, César Simoni, falou sobre a importância da parceria entre o estado e o poder judiciário no combate à violência contra a mulher. “Todos devem contribuir para que a segurança melhore. Se nos deixarmos para apenas um ente da federação, que é o Estado para resolver o problema de segurança nós não vamos conseguir”, afirmou Simoni.
Questionado sobre os altos índices de violência contra a mulher no Tocantins, o secretário afirmou que a solução deste problema depende muito de educação. “Precisamos educar o cidadão para que ele não resolva os problemas familiares com violência. O crime de violência contra a mulher é dentro de casa, normalmente cometido pelo marido. Essa dinâmica não permite a antecipação do crime, então temos que trabalhar já no prejuízo. A única saída para baixar esse índice é educação”, assegurou o secretário.
Para Simoni a punição também é importante para inibir este tipo de crime. “Se condena o crime diminui. Da mesma forma o crime contra a mulher; se você combater com eficiência, processar e condenar o autor isto traz um recado para aqueles que pensam em cometer esse crime”, orientou.
Delegacia da Mulher
A delegada titular da DEAM, Maria Haydèe, o veículo doado será fundamental para o trabalho de acolhimento da vítima, que tem como principal porta de entrada a delegacia da mulher. “Quando a mulher chega neste atendimento especializado há uma demanda por acolhimento como: conduzir a mulher em situação de risco até sua casa para a retirada dos seus objetos e encaminhamento à Casa Abrigo, encaminhamento das vítimas ao IML para a realização das provas periciais para a investigação e prova do crime, encaminhamento para a rede de saúde quando há uma violência sexual”, detalhou.
Altos índices
A delegada também comentou sobre os dados de violência contra a mulher no Tocantins e reconheceu que os números são preocupantes, mas ela acredita que isso ocorre também por causa da visibilidade que os sistemas E-proc e Gerpol dão para as estatísticas dessa natureza. “Desde 2012 com a implementação do E-proc e Gerpol, que foi adotado pela SSP, houve uma condensação das estatísticas em tempo real. Essa visibilidade é dada ao Tocantins, que outros estados não possuem, o que faz parecer que está tudo em paz ou que o número é menor. Tanto é que notamos essa maior propagação em 2012”, explicou.
Haydèe reafirmou a importância da denúncia. “É importante denunciar mesmo com medo. Uma das violências que mais ocorre é a ameaça que induz a vítima a acreditar que se denunciar será morta. Isso mantém as vítimas presas ao ciclo doentio. É importante buscar ajuda”.
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