TO fecha 2023 com 18 mil cirurgias eletivas realizadas e pode zerar fila neste ano

Enfrentamento a essas filas é considerado maior desafio do Sistema Único de Saúde

Crédito: Divulgação SES/TO

Tocantins, Sergipe, Piauí, Paraíba e Mato Grosso do Sul podem zerar suas filas de cirurgias no Sistema Único de Saúde (SUS), conforme previsão do próprio Ministério da Saúde. Balanço divulgado pela pasta mostra que, até outubro de 2023, 250 mil cirurgias foram realizadas no país – mais de 70% da meta do Programa Nacional de Redução de Filas. Além da expectativa de zerar a fila neste ano, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) do Tocantins divulgou balanço do número de cirurgias eletivas realizadas em 2023, totalizando 18 mil. O total é 68% a mais do que a produção de 2022 (10.712) e 114% acima do planejado para o ano passado (8.400)


A expectativa do ministério é que o novo programa reduza a espera de pacientes por procedimentos que ficaram represados – principalmente durante a pandemia de covid-19. O investimento anunciado pelo governo federal é de R$ 600 milhões. A pasta classifica o enfrentamento a filas de cirurgias como um dos maiores desafios do SUS. 


A meta é realizar mais de 500 mil cirurgias da fila declarada pelos estados. Entre os procedimentos mais listados estão cirurgia de catarata, retirada da vesícula biliar, cirurgia de hérnia, remoção de hemorroidas e retirada do útero. O programa tem vigência de um ano, podendo ser prorrogado por igual período.

 

Tocantins

As 18 mil cirurgias realizadas resultam de ações pontuais como o investimento de mais de R$ 20 milhões, do Tesouro Estadual, em incentivo a 27 hospitais municipais e R$ 4,5 milhões, em pagamento de gratificação às equipes multiprofissionais das unidades hospitalares geridas pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO), por meio do Programa de Aprimoramento da Gestão Hospitalar (PAGH – Cirúrgico/Opera Tocantins).

 

Além disso, a gestão estadual fortaleceu os centros cirúrgicos dos hospitais do interior, com a entrega de milhares de equipamentos, que proporcionaram a descentralização dos serviços e garantiram a redução do tempo de espera da população que aguardava em fila. “Nos últimos dois anos, saímos de um índice de 91% das pessoas que aguardavam em fila, com mais de 200 dias de espera e graças à priorização da gestão, hoje, das 4.500 pessoas em fila, apenas 37% estão com este tempo de espera. Para 2024, temos um plano em desenvolvimento, para que 100% dos pacientes sejam atendidos dentro de no máximo 180 dias”, explicou a superintendente de superintendente de Gestão e Acompanhamento Estratégico da SES-TO, Luiza Regina Dias Noleto,

 

Dentre os procedimentos mais realizados em 2023, estão a colecistectomia (1.758), laqueadura tubária (1.494), hernioplastia inguinal (1.465) e histerectomia total (1.141). Antonia Franco Araújo, 40, anos, mãe de dois filhos, foi uma das beneficiadas com uma laqueadura, no Hospital Regional de Miracema (HRM). “Fiquei surpreendida com o atendimento, porque além de ter sido bem acolhida lá no hospital pela equipe médica e enfermeiros, ainda foi oferecido a nós transporte de ida e volta para realizarmos esse procedimento em Miracema. Fiz minha cirurgia em setembro e estou ótima, já estou trabalhando e não sinto mais nada, só tenho a agradecer”, afirmou.

 

Do total produzido, 62% foram nas unidades geridas pela SES-TO e destas, 51% pelo Opera Tocantins; 9% em hospitais privados contratualizados e 28% pelos HPPs. “Os números mostram o empenho das nossas equipes em cuidar das pessoas, motivo pelo qual agradecemos. Por outro lado, a produção dos hospitais municipais foram relevantes e, pelo  mostrar de suas capacidades, o Ministério da Saúde, já sinalizou, em 2024, o investimento de R$ 9 milhões, para ampliação de eletivas no Tocantins, que também poderão ser feitas nos hospitais municipais e no Hospital de Doenças Tropicais, que é federal”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Carlos Felinto.

 

Ranking de produção

Dentre os hospitais estaduais, as cinco maiores produções são: 2724 no Hospital Geral de Palmas (HGP); 1.108 no Hospital Regional de Guaraí (HRGUA); 1.079 no Hospital Regional de Araguaína (HRA); 971 no Hospital Regional de Miracema (HRM) e 935 no Hospital Regional de Augustinópolis (HRAUG).

 

Nas unidades municipais, os destaques foram: Divinópolis, com 518 cirurgias; Dueré, Sítio Novo e Cristalândia, com 506 e Araguacema, com 452 procedimentos.

 

Meta

Para o ano de 2024, a SES-TO planejou a realização de 10 mil cirurgias eletivas. Número que pode ser superado, com a incrementação dos recursos federais e emendas parlamentares que, os quais foram elevados no final de 2023, em 45% no recurso para média e alta complexidade (Teto MAC) e em 1.221% do MAC via emendas parlamentares.

 

“Com os investimentos próprios que pretendemos fazer, somados aos recursos oriundos do Ministério da Saúde, com o apoio da nossa bancada federal, teremos um 2024 ainda mais produtivo para a saúde da nossa população. Avançamos muito no trabalho de qualidade de vida das pessoas, mas sabemos que ainda tem gente precisando de atendimentos e não vamos parar até que todos tenham seus problemas de saúde resolvidos”, declarou o governador Wanderlei Barbosa.

 

Os investimentos citados pelo governador colocam o Tocantins, entre os cinco estados brasileiros, citados no balanço divulgado recentemente, pelo Ministério da Saúde, como os entes federativos capazes de zerar suas filas de espera por cirurgias eletivas, em 2024. Os demais são Sergipe, Piauí, Paraíba e Mato Grosso do Sul.

 

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