Tocantinópolis implanta programa em que famílias acolhem crianças afastadas dos pais

MPE atuou na implantação do Programa Família Acolhedora na cidade

Tipo alternativo de acolhimento é novidade
Descrição: Tipo alternativo de acolhimento é novidade Crédito: iStock

Em cumprimento a Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público Estadual (MPE), o município de Tocantinópolis implantou, na última semana, programa de acolhimento familiar nas modalidades Família Acolhedora e Família Guardiã. Por meio deles, crianças e adolescentes que estejam afastados de seu seio familiar são acolhidos provisoriamente em famílias da própria comunidade, prioritariamente perante a família extensa, de modo que não sejam rompidos seus vínculos familiares e sociais. A intenção é evitar o internato em instituição de abrigamento.

 

Com o Família Acolhedora, o município assume o compromisso de selecionar e preparar as famílias que se dispuserem a integrar o programa, bem como de acompanhar, por meio de seu corpo técnico, cada caso de acolhimento. Também é responsabilidade da gestão promover e acompanhar visitas entre a criança e a família de origem, com vistas à reintegração.

 

O TAC que resultou na instalação do programa foi proposto pela Promotora de Justiça Cynthia Assis de Paula, tendo sido assinado por representante do município de Tocantinópolis em maio deste ano.

 

Cynthia proferiu palestra na solenidade de instalação do programa, ocorrida na quinta-feira, 18, ocasião em que destacou o fundamento legal e a necessidade social de efetivação deste tipo de alternativa de acolhimento. Ela também enfatizou que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) coloca como direito da criança e do adolescente a criação e a educação no seio de sua família natural, razão pela qual apontou que a rede de proteção deve atuar tanto junto à família natural quanto junto à família acolhedora, buscando promover a reintegração familiar em todos os casos em que isto for possível.

 

Na solenidade, foram destacados depoimentos de voluntários que participaram de programa de acolhimento em outros municípios, com resultados positivos. 

 

“Ser Família de Apoio é um grande desafio. Nos faz crescer como seres humanos, dando-nos coragem para enfrentar qualquer obstáculo. Aprendemos a respeitar as diferenças, encontramos tempo para nos doar àqueles que estamos recebendo em nossa família, conscientes de que a criança voltará para a família de origem ou será encaminhada para adoção”, declararam Maria de Lourdes, José Luis e Heloísa, membros de uma família voluntária.

 

"Para nós, cada indivíduo é único. Nada se compara ao valor de uma única vida. E ser Família de Apoio, para nós, é cumprir a missão de acolher provisoriamente uma vida que, por alguma razão ou circunstância, necessite de proteção”, pontuaram Nelício, Adriane, Fabrício, Amanda e Alana, que também participaram de experiências de acolhimento. 

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