Tocantins é o terceiro Estado do País com maior crescimento do índice de violência

O índice de violência no Tocantins aumentou em 158%, ficando atrás apenas do Rio Grande do Norte (292%) e de Sergipe (177%); maioria das vítimas de homicídio são homens, negros e jovens

O Tocantins ficou em terceiro lugar no ranking dos Estados onde houve maior aumento do índice de violência 158%, ficando atrás apenas do Rio Grande do Norte (292%) e de Sergipe (177%). Os dados estão no Atlas da Violência 2017 produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

 

O estudo analisa os números e as taxas de homicídio no país entre 2005 e 2015 e detalha os dados por regiões. Os dados mostraram que no Tocantins em 2015 foram registrados 503 homicídios, o que representa um aumento de 164,7% dos 190 homicídios registrados há dez anos.   

 

Maioria das vítimas são homens, negros e jovens

O perfil típico das vítimas fatais permanece o mesmo: homens, jovens, negros e com baixa escolaridade. Contudo, chamou a atenção o fato de que, na última década, o viés de violência contra jovens e negros tenha aumentado ainda mais.

 

Segundo o levantamento, os negros são maioria entre as vítimas. No Tocantins, a taxa de homicídios da população negra foi de 32,8%, superior à taxa da população não negra, com 27,9%, em 2015.

 

Violência contra mulher

Em 2015, 4.621 mulheres foram assassinadas no Brasil, o que corresponde a uma taxa de 4,5 mortes para cada 100 mil mulheres. Enquanto a taxa de homicídios de mulheres não negras diminuiu 7,4%, entre 2005 e 2015, o indicador equivalente para as mulheres negras aumentou 22,0%.

 

Entre 2005 a 2015 houve um aumento de 128,6% de registros de violência contra mulher no Tocantins.

 

Números de guerra

De acordo com a avaliação do Instituto que elaborou o estudo o representativo aumento da violência no Brasil “trata-se de um número exorbitante, que faz com que em apenas três semanas o total de assassinatos no país supere a quantidade de pessoas que foram mortas em todos os ataques terroristas no mundo, nos cinco primeiros meses de 2017, e que envolveram 498 casos, resultando em 3.314 indivíduos mortos”, ponderou.

 

Ainda de acordo com a conclusão do estudo “tal índice revela, além da naturalização do fenômeno, um descompromisso por parte de autoridades nos níveis federal, estadual e municipal com a complexa agenda da segurança pública”, avaliou o Instituto de Pesquisas, IPEA.

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