UFT empossa nova reitora, Maria Santana, e seu vice, Marcelo Leineker, na 5ª feira

Posse marca um capítulo importante na história da UFT: Maria Santana é a 1ª reitora negra da Instituição; universidade mantém políticas de ação afirmativa para estudantes indígenas e quilombolas

Maria Santana e Marcelo Leineker tomam posse na 5ª como reitora e vice-reitor
Descrição: Maria Santana e Marcelo Leineker tomam posse na 5ª como reitora e vice-reitor Crédito: Divulgação

A Universidade Federal do Tocantins (UFT) convida a imprensa para acompanhar a cerimônia de posse da nova gestão, dia 13 de novembro, às 19h, no Cuica/UFT, Câmpus de Palmas. Na solenidade, assumem oficialmente seus cargos, a reitora Maria Santana e o vice-reitor Marcelo Leineker, dando início a um novo ciclo de administração da Universidade.

 



A programação inclui apresentações musicais, homenagens, um breve histórico da UFT, além da apresentação da equipe de gestão. O momento mais esperado será a transmissão oficial do cargo, com assinatura do termo de condução. A cerimônia será um espaço de celebração e de reafirmação do compromisso da Universidade com o ensino, pesquisa, extensão, inclusão e diversidade.

 



A comunidade acadêmica, autoridades, representantes de instituições públicas, movimentos sociais e toda a sociedade estão convidados a participar desse momento que simboliza diálogo e fortalecimento das políticas institucionais voltadas à transformação social.

 



A posse também marca um capítulo importante na história da UFT: Maria Santana é a primeira reitora negra da Instituição. Em uma universidade que mantém políticas de ação afirmativa para estudantes indígenas e quilombolas, sua chegada à Reitoria reforça o compromisso da UFT com a diversidade, representatividade e pluralidade — princípios que têm guiado sua expansão e atuação no território tocantinense.

 



Perfil – Maria Santana Milhomem, reitora da UFT

Filha de lavradores e criada na zona rural, Maria Santana construiu sua trajetória acadêmica e profissional apoiada na determinação e na força das mulheres de sua família. Entre o trabalho na roça, o cuidado com os irmãos e os estudos, encontrou na educação o caminho para transformar a própria realidade e a de outras pessoas. Começou a lecionar ainda no ensino médio, incentivada pela mãe, e nunca deixou a sala de aula.

 



Sua formação foi construída conciliando trabalho e estudo, enfrentando desafios financeiros, mudanças de cidade e a ausência de políticas de permanência estudantil — experiências que hoje fundamentam sua defesa por uma universidade inclusiva e atenta às desigualdades.

 



No mestrado, realizou uma pesquisa pioneira na comunidade indígena xerente, abordando gênero, violência simbólica e organização social. Essa vivência consolidou seu compromisso com a educação intercultural e com o diálogo entre universidade e povos e comunidades tradicionais, perspectiva que orienta sua atuação acadêmica.

 



Ingressou na UFT em 2011, como docente do curso de Pedagogia e, ao longo dos anos, ocupou diferentes funções de gestão. À frente da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (2016–2025), liderou ações que fortaleceram o tripé universitário, ampliaram a presença da Instituição no território e consolidaram políticas de enfrentamento ao racismo, ao assédio e às desigualdades. Também impulsionou a curricularização da extensão e a articulação com órgãos públicos, movimentos sociais e organizações da sociedade civil.

 



Doutora em Educação pela Universidade de Brasília, é professora do curso de Direito e do Programa de Pós-Graduação em Gestão de Políticas Públicas. Coordenou o FORPROEX/Norte e participou de redes nacionais ligadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

 



Sua posse como reitora representa um marco institucional: além de ser a primeira mulher negra a assumir a Reitoria, sua trajetória reflete o perfil plural da UFT e o impacto das políticas de inclusão — especialmente as cotas para estudantes indígenas e quilombolas, que transformaram a composição da comunidade acadêmica.

 



Com uma gestão pautada pelo diálogo, pela valorização das diferenças e pelo compromisso com uma universidade pública forte e socialmente referenciada, Maria Santana assume o cargo de reitora reafirmando a convicção que a acompanha desde o início de sua trajetória: “Existe uma universidade para além da sala de aula.”

 

Comentários (0)