O mundo se transformou em uma enorme fila. Temos as intermináveis filas nos aeroportos, na previdência social, nos postos de saúde, nas casas lotéricas, nos restaurantes, nos estádios, nos cinemas, nos show’s, nos Bancos... Opa !! Os bancos !! O nome já nos diz tudo, sente-se no “banco” e espere para ser atendido!! Faço aqui referencia, mais especificamente, a agencia da Caixa Econômica Federal localizada na avenida JK aqui de Palmas-To, onde movimento uma conta poupança por lá.
Estive na agência no dia 28 de outubro (dia do servidor público), para resolver algo que parecia rápido, porém, logo percebi que iria demorar muito, tendo em vista que (conforme a foto) minha senha marcava o nº AE018, quando no painel, ainda estava na senha nº AE005. Até poder chegar no meu nº AE018 de atendimento, ainda teria pela frente os números HC005 e AC005, ou seja, antes de chamar o AE018, sempre chamavam antes o HC006 e o AC006, sendo assim, não eram apenas 13 pessoas na minha frente, antes de decrescer, antes teria que atender outras duas pessoas. Isso foi por volta das 11:36 horas da manhã, como consta no comprovante da foto. Estava com fome, mas como tinha urgência, resolvi esperar. Foi aí que começou o martírio, meu e de quem estava lá esperando...
Obviamente ninguém aprecia ficar numa fila, perdendo seu precioso tempo enquanto existem outras coisas mais importantes a serem feitas em seu trabalho ou em casa. Mas convenhamos; uma vez que se faça necessário encarar uma fila, não há do que reclamar, afinal, somos todos cidadãos iguais perante a lei, independente da nossa condição financeira. Mas infelizmente não é bem assim que funciona nos bancos.
O que se observa, além do descaso do atendimento desta e de outras agencias aqui de Palmas, é que os ditos “afortunados”, parentes de funcionários, autoridades, são sempre as preferências e sentam-se diretamente com o gerente. Mas o pior de tudo não é só isso. É de se revoltar mais ainda, quando vemos o cinismo e a cara-de-pau de algumas pessoas, que acabam “burlando” através da típica malandragem à brasileira, a vez dos que ali estão esperando, amparados pela “lei da preferência”.
Acabam por resolver seus compromissos utilizando a figura do seu parente idoso, gestante, criança de colo, como uma forma de álibi para acobertar a sacanagem perante dezenas de outros cidadãos que, geralmente, por uma questão de educação e cidadania, acabam por ficar quietos diante de atitudes tão grotescas. O pior é que no banco, não existe um funcionário a quem se possa comentar o fato e pedir providências. Em suma, uma vergonha diante de tantos olhos atentos que acabam concordando sem auferir uma palavra sequer.
Não bastasse a falta de respeito de bancos (agencias como a citada no texto), para com o cidadão, ainda existe a “burrocracia” institucionalizada que impera nesse país, que termina por “frear de vez seu objetivo”, quando finalmente você consegue ser atendido. Se não colocarmos um freio, a mentalidade “burrocrata” poderá acabar fazendo com que tenhamos de reconhecer a firma na cópia de um papel higiênico usado, para provar ao chefe que fomos ao banheiro por pura necessidade. Afinal, onde foi parar a crença do homem no seu semelhante? O homem honesto não tem palavra, mas o ladrão sim.
Se um ladrão chega a um banco e diz “isto é um assalto”, todo mundo acredita e ele leva o dinheiro sem precisar preencher papéis, bastando apenas apresentar o seu aval em punho. É, meus amigos, parece que a tendência é que, nas nossas vidas, autenticações, selos, carimbos, cafés e chás de cadeira abundem e perdurem, obrigando-nos a fazer parte da sinfonia inacabada dessa fila
Enquanto bancos como este fazem questão de ignorar respeito a seus clientes consumidores, e os anseios dos mais de 400 mil bancários do País, por outro lado, mantêm felizes seus diretores e superintendentes. Alguns dos maiores bancos do País já distribuíram milhões de reais a título de participações nos lucros e resultados, ou bônus para seus “executivos”. Receberam mais de milhão de reais, a título de bônus, enquanto isso, para os bancários que sofrem no dia-a-dia a cobrança por metas, e estão na linha de frente do atendimento aos clientes, os propostas apresentadas frente as suas reivindicações são dignas de esmola.
Enquanto isso, o povo, vulnerável, paga a conta, todavia, moldado em certa acomodação, aceitando tudo isso como se fosse a coisa mais natural do mundo. Se a agencia nº 2525 da JK pensou que todo mundo que estava alí naquele dia era assim (omisso), se enganou, pois apesar de ter dado tempo de sair para almoçar e voltar, peguei comprovantes do funcionário autenticando a hora em finalmente fui atendido (14:15h) e já estou indo agora mesmo no Juizado Especial Cível (de pequenas causas) ingressar uma ação contra o banco.
Portanto, espero que nós tocantinenses possamos fazer o mesmo, não só nos bancos, mas no posto de saúde para poder tratar de suas doenças, na hora de dormir no portão da escola para conseguir vagas no ensino público e por aí vai... Agindo assim, pelo menos aqui no nosso estado, quem sabe poderemos ter uma pequena melhora nos atendimentos em geral.
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