A fictícia discussão da expansão urbana de Palmas

Confira mais um artigo sobre o debate do Plano Diretor da Capital. ...

O que se viu nas duas primeiras reuniões pública que visa tratar da expansão (ou seria regularização?) urbana de Palmas PLC 006/2011, foi a maioria dos vereadores tentar a todo custo persuadir os participantes a concordarem com o projeto que desejam aprovar. Alguns apelando até mesmo para discursos populistas, tentando com isso “moldar a massa”. Ao que parece a maioria já tem voto decidido em favor da expansão. Até ouvir de um dono de imobiliária, lá mesmo na reunião, que o projeto será votado da forma que se propôs inicialmente. Ou seja, as reuniões são apenas para tentar “tapear” o cidadão.

Dizer que expansão urbana é solução para o déficit habitacional, ou combate a prática de loteamentos irregulares é um discurso insustentável e pobre. Realmente não há como combater loteamentos irregulares sem uma política habitacional séria e eficaz. E o projeto supracitado, se aprovado como está, poderá desencadear problemas talvez até maiores que os agora existentes. Basta pensar na possibilidade do retorno de invasões e ainda os problemas de ordem pública como falta de saneamento, asfalto, quadras sujas, sendo proliferador de doenças como a dengue, falta de escolas e creches, unidade de saúde nas novas quadras e tantos outros que não vamos citar aqui.

Lembro-me de algumas vezes em que o prefeito Raul Filho em campanha no ano de 2008 dizia que seu primeiro ato como prefeito no 1º mandato foi assinar um decreto que proibia a expansão do plano diretor, pois via isso como algo extremamente prejudicial à cidade. Pois bem, passados sete anos vemos os “representantes” de Raul na câmara (devia ser do povo que os elegeu) mudar o discurso. Aquilo que era errado agora é correto, o que era problema, agora é vendido como solução. Ora, ora caros leitores, estamos aqui diante de um paradoxo. Sim, isso mesmo. Vejam bem, se a expansão é a solução dos problemas habitacionais, então a atual gestão errou feio no inicio e os moradores de Palmas são quem pagam essa conta. Imagine que a população carente, sem teto e sem dignidade teve de assumir o ônus dessa ação por mais de sete anos sem acesso a moradia. O prefeito se diz contra a expansão, mas se esquiva das discussões. Esperamos que o mesmo possa se fazer presentes nos debates e tornar público sua opinião a respeito do tema.

A falta de diálogo com a comunidade foi um impulsionador dos erros no passado. Portanto, espera-se que os nobres vereadores sejam sensatos e despretensiosos nessa discussão. Que possam ouvir a sociedade como forma de decidir o melhor para todos, e não fazer reuniões públicas apenas como objeto de persuasão daquilo que já decidiram às escuras. Passados 22 anos da criação de Palmas, seguem os mesmos desafios do inicio: prefeitura e câmara municipal precisam identificar e corrigir erros do passado com ações que não criem outros problemas para a cidade.

Uma coisa já é certa: os próximos gestores precisam está consciente que terão que gerir uma cidade com espaço para mais de 6 milhões de habitantes com recursos para pouco mais de 200 mil. E corre o risco (se aprovada o projeto de expansão) desse ária aumentar ainda mais. Aí as mazelas sociais poderão se tornar irremediáveis.

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