A fonte é sagrada!

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De todo acontecimento, por pior que seja, se pode tirar uma lição. A minha, esta semana - e que serve para todos os que pensam o contrário - é que a campanha  terminou dia 04 de outubro do ano passado. Este Blog não é e nem será instrumento de grupos por um único motivo: é um trabalho profissional e não de assessoria. Estou empenhando um grande esforço diário para consolidá-lo como um novo veículo de comunicação na web a partir de março, com amplo espaço para todas as forças políticas deste estado. Todas.

Digo isso por que esperei pacientemente que os ânimos se acalmassem na Câmara Municipal de Palmas para pontuar algumas coisas sobre a difícil, melindrosa e estimulante relação entre jornalistas e fontes. Me fez lembrar, esse começo de legislatura, uma cena vivida na Câmara Municipal de Goiânia no final da década de 80. Lá, como aqui, um  novo grupo de vereadores chegava ao poder advindos dos mais autênticos movimentos populares.  

Cheios de vontade trabalhar, grande parte deles queriam mostrar a que vieram, aparecer em manchetes de jornais, ou  no mínimo em notas nas colunas políticas mais conceituadas. Jornalistas eram, na visão de muitos dos que chegavam, "celebridades", pelo espaço ocupado em seus veículos e pelo poder da caneta. A admiração e o respeito mútuos começaram a pautar a relação entre a equipe que cobria a Câmara – na qual eu me incluía, a serviço do Diário da Manhã - até o primeiro choque de interesses. 

É sempre assim: é todo mundo amigo, até que alguém se fere. Isso acontece por que, de um lado o jornalista que cobre política acaba se misturando aos políticos, e é por natureza, "palpiteiro". Acontece também por que no afã de ser protagonista da história, e das estórias, o político sempre se pinta para o jornalista como herói. Na sua versão dos fatos, seu papel é sempre preponderante, sua atuação é sempre a decisiva.  

Para ser respeitado, o jornalista  deve colocar a notícia, o fato, o furo, acima de outros interesses. E não pode guardar segredos  quando se trata de levar em primeira mão, uma informação inédita. De que adianta eu ser bem informada se meu público leitor não for?

Mas se a informação é pública, a fonte nem sempre precisa ser. Principalmente quando se trata de cobertura de bastidores. Para mim e para todo jornalista que se preza a fonte é sagrada. Quem revela "em off" o que se passa, jamais deve ter seu nome exposto sob pena do jornalista fechar para sempre uma porta, e criar  desconfiança nos outros.

Durante a confusão que se armou na Câmara na quinta-feira, alguns vereadores insistiram comigo para que eu revelasse quem me passou as informações publicadas  naquele dia sobre a disputa de poder nas comissões. Desculpem, mas isso é impensável. São doze os vereadores na Casa. Três deles contribuíram para  a formação daquele entendimento.  Eles sabem quem são, e o que disseram. É o que basta.

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