Existem duas formas de viver um fim de governo, quando o governante não será reconduzido ao cargo e nem tem a expectativa de fazer o sucessor num processo eleitoral em que transfere popularidade e poder. Na primeira delas, o governo corre à revelia, os secretários pouco ou nada se reportam ao chefe do executivo, e administrativamente o caos se instala. O Tocantins já viu esta cena. Mas existe outra forma de se terminar um governo, ainda que a perspectiva de poder não seja a mesma: é apertando as rédeas dos gastos públicos para cumprir os compromissos com folha de pagamento e fornecedores, mantendo os serviços básicos em funcionamento e a “moral da tropa” elevada.
O governo Marcelo Miranda, que terminará nos próximos meses, não foi ruim para o Tocantins. Os números mostram isto. Passado o abatimento com o resultado da votação no TSE, é necessário e fundamental para o Estado que o governo reaja. Até por que, ao governador Marcelo não faltará tempo para avaliar e corrigir erros políticos ou administrativos cometidos ao longo de seis anos e meio de gestão.
A exemplo do que disse o prefeito Raul Filho semana passada, é preciso que haja governabilidade nos próximos meses no Tocantins. O Estado precisa continuar a cumprir seu papel em áreas básicas como saúde, educação e segurança. Fornecedores precisam da garantia de pagamento para continuar atendendo as necessidades da máquina administrativamente.
Marcelo Miranda não foi eleito sozinho, e mesmo que agora alguns digam isto, também não governou sozinho. A responsabilidade dos partidos que formaram a Aliança da Vitória não terminou na quinta-feira, 25, quando o TSE optou pela cassação. Ela vai até o último dia do governo. Não é que os partidos devam isso a Marcelo. Devem ao povo tocantinense, que depositou nas urnas, num ato de confiança, mais de 50% dos seus votos válidos.
Quem vai governar o Tocantins até 2010, é outra história. Cada coisa deve vir no seu tempo. Agora, é hora de assumir as rédeas do governo, garantir a estabilidade, e manter o Tocantins nos trilhos. Caso contrário, o prejuízo é de todos. E não poderá ser debitado apenas na conta dos Miranda.
Comentários (0)