Faço esta reflexão hoje, na semana seguinte a pelo menos três atos de banalização da violência em Palmas: um assalto à mão armada nas primeiras horas da manhã, ocorrido no salão Sthilos, na JK, onde Vips, empresários e políticos cortam o cabelo e fazem a barba regularmente. Resguardadas as proporções, o Sthilos está para Palmas como o velho Café Central na Anhanguera estava para Goiânia na década de 80. É o point do burburinho.
O segundo ato foi outro assalto à mão armada, também na JK, na Ki Kitanda, mercadinho bem próximo ao salão citado. Era fim de tarde, próximo das sete da noite. O terceiro ato, amplamente noticiado foi o assalto também à mão armada, ocorrido na sede do PSDB, onde o presidente da legenda e uma secretária foram imobilizados e ficaram com as vidas à mercê da vontade dos bandidos até que estes levassem o que queriam. E deram o alerta: não poderiam se mover antes de passada meia hora.
Estas coisas todas poderiam ter uma resposta rápida e incisiva da polícia. Afinal, cabe à PM o policiamento ostensivo das ruas, preventivo, já que a presença da polícia em si inibe a ação marginal. Mas como cobrar da PM que vá às ruas como o efetivo reduzido que tem? Não chega a duas dezenas o número de soldados na Polícia Militar do Tocantins, afirma gente de dentro da coorporação.
Como já abordei aqui anteriormente, o festival de distribuição de patentes nos últimos anos na PM criou um batalhão de oficiais, sem ter de fato a quem comandar na base. E na polícia quem executa ordem é soldado.
Falando deste assunto outro dia, o governador Siqueira Campos declarou conhecer a necessidade de concurso, e manifestou sua dificuldade em fazer realizá-lo agora. São as limitações da folha do Estado, garante.
Uma coisa é certa: a saída para este problema precisa ser encontrada. Ou a necessária sensação de segurança - maior às vezes que a própria segurança – não será restaurada na população. E se falta segurança na capital, o crime cresce, e toma conta. Seguindo assim, em pouco tempo teremos os motoqueiros armados atacando não nas primeiras horas da manhã, ou no fim da tarde, mas em plena luz do dia. E quem irá detê-los?
As instituições em quem devemos confiar
Agora o outro caso que chama a atenção neste começo de semana: uma quadrilha falsifica documentos, e contrata empréstimo consignado em nome de servidor. Na hora em que o encarregado de fazer o saque ia cumprindo sua parte no trato, a funcionária do banco - que conhecia o cliente em nome do qual o empréstimo fora feito – percebeu o golpe. Um policial que estava na agência na hora deu voz de prisão ao sujeito, e “a casa caiu”, literalmente.
No meio do rolo todo, o lesado percebe que a CNH que estava sendo utilizada como sua era documento legítimo, emitido pelo Detran. Opa, espera lá! Como isso é possível? Pois é, com envolvimento de gente entranhada numa instituição que tem como prerrogativa legal emitir documentos válidos de habilitação.
Isso não é uma sujeirinha qualquer que possa ser varrida para debaixo do tapete. É fato sério, que deve ter investigação, punição e transparência na hora de informar à sociedade quem foi punido.
Não só no Tocantins, mas em qualquer lugar deste chão brasileiro, confiar nas nossas instituições e ter a segurança garantida pela nossa polícia é um direito que assiste ao cidadão.
O Estado tenho certeza, tem todas as condições de garanti-lo. Mas tem que agir com a rigidez que estamos habituados a ver no governador que comanda o Palácio Araguaia. Afinal, o Velho Siqueira foi eleito ao som daquele jingle que ainda hoje não deixa de ecoar: “ele está voltando, pra botar as coisas todas no lugar”.
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