A onda verde chega a Taquaruçu

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Sábado foi dia de campanha do 43, Marcelo Lélis, em Taquaruçu. O dia começou com a agitação na cidade -  sim, por que para nós moradores de Taquaruçu, o distrito é uma cidade a parte de Palmas. Poderia ser diferente, se a administração municipal tratasse diferente. O fato é que nos últimos anos Taquaruçu sofreu com o abandono, várias vezes denunciado, reclamado, gritado nas ruas e nas páginas de jornais. É fácil ser oposição em Taquaruçú. Até as obras anunciadas: praça e casas populares, têm cheiro de véspera de eleição,e o povo sabe.

O clima de insatisfação é generalizado em Taquaruçú, e foi isso que a onda verde de Marcelo Lélis encontrou ao caminhar pelo comércio agonizante do alto da serra. O candidato a prefeito que figura em segundo lugar nas pesquisas representa o grupo político que fundou a cidade de Palmas, e governou no paço municipal em três mandatos: Eduardo Siqueira, Odir Rocha e Nilmar Ruiz.

Foi neste último que Taquaruçu ganhou brilho, graças ao trabalho de dois candidatos que agora disputam os votos da população: a própria Nilmar, que rompeu com a União do Tocantins, e Marcelo, ex-secretário na gestão da prefeita, que permaneceu com seu grupo de origem.

Ao caminhar pelas ruas, Lélis teve ao seu lado Raildo Cruz, filho da região. Um rapaz simples, sério, e de família respeitada. A noite, no seu primeiro discurso num palanque, Raildo falou para uma platéia diversificada, composta na maioria por amigos que foram lá para ouví-lo, e de quebra, ao seu candidato a prefeito. Gente cansada e sofrida de Taquaruçu.

Em nome deles o candidato a vereador listou mais de 20 reivindicações, sabidas de cor por quem conhece a vida no distrito, mas que nunca foram atendidas. Lélis ouviu atento e em sua fala, deu a platéia um discurso sóbrio, sem ataques contundentes, e falando da sua própria trajetória. "Vim para Palmas com 21 anos, plantar árvores", disse ele, antes de passar a elencar seus feitos como secretário de Nilmar.

Simpático, leve, Marcelo Lélis está na crista da "onda verde" que passa pela cidade. Esta leveza e o discurso na linha "sem ódio e sem medo", é que está colocando o 43 em segundo lugar nas pesquisas.A mim, está parecendo que o desafio de Lélis será convencer à população que não quer mais o antigo jeito de governar, de que é diferente do seu próprio grupo.

E é aí que mora a contradição: Marcelo precisa manter o bônus de ter o apoio do grupo Siqueira, para chegar aos 30% históricos que a UT tem na cidade. Mas para subir além disto tem que se livrar do ônus de representar os métodos que causaram a alta rejeição que os levou à derrota nas eleições para governo.Sem isto, Lélis corre o risco de ser apenas o velho, com cara de novo.

roberta@blogdatum.com

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