A polêmica do aeroporto fechado de Araguaína: prejuízo incomoda comunidade, mas a culpa é de quem?

Chamou a atenção na semana passada no Palácio Araguaia, aquela fala dura do governador Siqueira Campos(PSDB) de que não aceitaria que nenhum burocrata da Anac permanecesse impedindo o retorno do funcionamento do Aeroporto de Araguaína. Ontem o deputa...

A comunidade de Araguaína, seus criadores de gado, comerciantes e representantes políticos estão unidos num coro só: todos querem a liberação da pista e a consequente reabertura do aeroporto da cidade. Os prejuízos são grandes com a paralisação.

Num email indignado que recebi dia destes, um leitor e diz: “Cara amiga Roberta Tum, sou de Araguaína, e hoje, dia 12/03, completa cinco meses de paralisação do Aeroporto, causando transtornos à população de Araguaína que precisa do aeroporto para se locomover para outros centros, e até o momento não tem uma previsão para o retorno de suas atividades. É uma pena que nossos governantes, municipais, estaduais, possam ser tão inertes. Tem pai de família que depende do aeroporto, já teve uma companhia (a Sete Linhas Aéreas), que já mandou os funcionários embora e não vai mais operar em nossa cidade, a única empresa que fazia a linha Palmas-Araguaína. Tenta nos ajudar, por favor!”

A ajuda que o leitor e os moradores de Araguaína precisam já está a caminho. Pelo menos é o que entendi das movimentações que estão ocorrendo nos últimos 15 dias.

Andando atrás de respostas, falei ontem com o secretário de Infra Estrutura, Alexandre Ubaldo, já que a obra é de responsabilidade do Estado, que contratou as construtoras para realizar a reconstrução das pistas de pouso, dentro das especificações da ANAC.

Reunião conjunta na quarta está agendada

O que Ubaldo adiantou ao Site Roberta Tum por telefone é que na próxima quarta-feira estará reunido com a superintendência da Anac responsável pela liberação da pista. Será uma reunião conjunta, já que foi justamente na agência que a liberação da obra emperrou.

Na busca pelos responsáveis, pelo erro, e por consertá-lo, não conseguimos chegar a uma resposta positiva por parte das fontes que ouvimos.

Ao deputado César Hallum, a Anac informou que faltaram ranhuras na pista que permitam o escoamento de água da chuva (que é forte no Tocantins), e garantam a segurança das aeronaves nos pousos e decolagens.

A informação é contestada pelo secretário da Infra. “Ranhuras resolvem o problema da água em pistas de aeroportos em locais frios. O Tocantins é quente. Não é isso. Precisamos de uma resposta definitiva da Anac que nos diga o que tem que ser feito para liberação da pista, e nós faremos”, disparou Alexandre.

Comando Aéreo Regional aprovou a pista

Segundo levantamos, para ser liberada a pista teria que passar por três avaliações. E passou, conforme avaliação do 6º Comar - Comando Aéreo Regional, da Aeronáutica. O consórcio de empresas responsável pela obra teria cumprido as especificações, mas a pista não foi aprovada pela Anac justamente no quesito final, que é o que testa a capacidade de escoamento da água durante o período chuvoso.

Daí a resposta do diretor da Anac, Cláudio Passos ao deputado César Hallum na audiência que o parlamentar provocou na agência para tratar do assunto: “Antes de tudo, valorizamos a vida, e da forma que a pista se encontra ela não pode ser utilizada, pois há riscos de uma aeronave não parar quando fizer um pouso, ou aquaplanar, causando acidentes graves. Já podemos liberar a pista para pousos e decolagens de aviões de pequeno porte, e mesmo assim deve-se ter o cuidado em dias de chuva. Seria irresponsabilidade nossa se liberássemos para aviões de grande porte, sendo que os resultados apontaram falhas na pista”.

De quem é a responsabilidade por esta questão de segurança não ter sido atendida? Quanto tempo ainda levará para que Araguaína tenha de volta seu aeroporto?

Estas são as perguntas para as quais aguardamos respostas. Pelo menos para a última, talvez encontremos uma estimativa depois da reunião da próxima quarta, da qual devem participar além do secretário da Infra-Estrutura, os empreiteiros responsáveis pela obra, representantes da prefeitura e do VI Comar.

Ao que tudo indica não é só uma questão de burocracia. Mas do governador, ao secretário, passando pela bancada federal, todos parecem estar de fato empenhados na solução do problema. Que seja rápida. É o que quer a população de Araguaína.

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