A queda de Lupi e a decisão do PT de priorizar a regulação da mídia em 2012

Vai na coluna eletrônica do jornalista Cláudio Humberto, cronista político mais lido de Brasília, uma informação interessante. A queda de mais um ministro do governo Dilma - Carlos Lupi - após a publicação de denúncias de corrupção, colocou na lista ...

O leitor que ainda não leu nem se familiarizou com o tema “regulação da mídia”, pode se preparar. Esta é a próxima guerra que o PT pretende travar ano que vem, e que estava meio que escondida no seu programa de governo, desde que despertou reações adversas de toda natureza quando foi colocada em discussão pelo então assessor do presidente Lula, Franklin Martins.

O argumento para defender a regulação é um daqueles que só encontra nexo num mundo idealizado por petistas e outros “istas”, em que “a sociedade organizada e seus movimentos’ (ou seja eles e as organizações controladas por eles), regulariam o que é ou não informação de interesse social. Opa. Peraí. Como assim? Isso mesmo que vocês entenderam.

Escancarados, esquemas de corrupção derrubaram ministros

Nos últimos meses assistimos a queda de pelo menos seis dirigentes, peças importantes no governo da presidenta Dilma. Todos após a publicação de reportagens arrasadoras, esclarecedoras e contundentes que dissecaram esquemas de corrupção com o dinheiro público. E desencadearam explicações, investigações e mais esclarecimentos.

Pois bem. Toda esta movimentação aí incomoda os “capos” do poder instituído em Brasília. Controlar a mídia é controlar “as elites que controlam os veículos de comunicação" supostamente em guerra contra o reino encantado das virtudes intocadas do governo do PT.

Soa inacreditável, mas é real. A informação publicada hoje por Cláudio Humberto com fonte da alta cúpula do petismo, dá conta de que é preciso parar a enxurrada de denúncias, regulando a chamada “grande mídia”, com alvos específicos na Rede Globo de Televisão e nos veículos da Editora Abril, leia-se Revista Veja. Esta que odiada ou idolatrada, tem prestado um serviço relevante ao país ao escancarar esquemas de corrupção que sozinhos, Ministério Público e Polícia Federal pareciam não conseguir enxergar e desvendar.

E que papel teria a imprensa no reino encantado do controle da mídia que quer o PT como bandeira prioritária para o ano que vem? É de se pensar.

A conversa está só começando, mas já é bom ficar de olho em quem vem aí defender esta idéia obtusa. Houvesse regulação da mídia nos anos 80, quando caiu o regime militar, e o PT não teria visto crescer sua estrela como alternativa de poder.

Denúncias de corrupção em governo são sempre bem vindas quando quem está no poder são os adversários. O PT virou vitrine há nove anos. E está incomodado com o que a liberdade de imprensa está fazendo neste começo de governo Dilma. Caindo, um ministro atrás do outro, por envolvimento em esquemas espúrios, volta e meia se agarram no argumento de que sofrem os efeitos de um grande complô da “grande mídia”, que precisa urgentemente ser detida. Ops, "regulada".

Dá saudade daquele outro PT, de alguns anos atrás. O que defendia a liberdade de expressão e de imprensa como instrumento poderoso de democratização do País. Que venha o debate sobre a regulação. Para expor mais alguns podres dos que têm tanto medo de ver a luz lançada no poço escuro da sua falta de virtudes.

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