A Saúde e seus problemas que permanecem desafiando o governo a encontrar soluções

Aquela pesquisa Ibope do final do ano, encomendada pela Acipa, e que trouxe a posição dos principais pré-candidatos diante do eleitorado palmense, trouxe também um quadro de insatisfações, por tema, do morador da capital. Bastante significativo, o nú...

O cidadão de Palmas não está se sentindo bem atendido com o aparato de que dispõe, nas duas esferas de competência, municipal e estadual, para atendê-lo na sua demanda por serviços de saúde.

O fato está explicitado de todas as maneiras que se observar. Desde as manifestações públicas da população ou de classes envolvidas no atendimento ao público, às constantes pautas que abastecem veículos de comunicação do Estado, até a pesquisa recente de opinião, que mediu também outros aspectos da vida do cidadão além da conotação eleitoral, passando por outdoors nas ruas protestando contra procedimentos precários que levam pessoas à morte.

Conversando neste final de semana um antigo morador de Palmas, que já foi assessor de político, funcionário público, daqueles que faz a mediação entre resolver problemas de gente que vem do interior doente e precisa de vaga em hospital, ouvi dele um “diagnóstico” do novo momento da saúde no Estado com a terceirização, sob o comando da Pró-Saúde. “O que mais tem naquele HGP hoje é diretor vindo de fora que não conhece a nossa realidade. E que não sabe tratar as pessoas”. Em síntese na opinião dele, falta humanizar o atendimento.

Um ano depois, sensação de fragilidade na Saúde não melhorou

A verdade é que o modelo adotado pelo governo ainda desagrada gregos e troianos e não encontra defensores nem nas hostes governistas. Se por um lado os relatórios divulgados vão informando que metas foram alcançadas sob o ponto de vista de procedimentos, de outro a sensação que vai nas ruas é de que a saúde não melhorou.

Mais do que isto, se no campo do serviço público as melhorias implementadas (reformas físicas e novos programas) não foram suficientes para diminuir a sensação de fragilidade da população quanto ao atendimento que recebe, na outra ponta, o plano de saúde que mais atende na capital, a Unimed, teve uma queda na qualidade do serviço oferecido com a redução de profissionais em seus quadros e sucateamento do atendimento prestado no SAU. Alí todo dia tem um problema. É uma fonte inesgotável de pautas e confusões.

Então, o débito do setor público com a Saúde (incluindo o plano que atende os servidores) não pode ser jogado na conta apenas de um governo ou de outro. O município de Palmas, onde Samuel Bonilha vem comandando políticas de prevenção, abriu mão de estruturar o atendimento de pronto socorro, atribuição sua. Os hospitais prometidos por Raul Filho em campanha nunca saíram do discurso para ganhar as ruas. Central de consultas por telefone é outra promessa que nunca se tornou realidade.

E se as coisas não vão bem em nenhuma instância de governo, a consequência é que neste começo de janeiro, em que o Estado opera mudanças na Sesau, com a troca de secretário e mantém o modelo de terceirização tão criticado, a saúde permanece o calcanhar de Aquiles que era no último ano do governo do PMDB. E a população não está satisfeita.

Impasse com os reservas é outro problema

Semana passada, a divergência em torno da chamada do cadastro reserva, trouxe mais um problema para o governo administrar. De um lado, a defensoria pública obteve a prorrogação do prazo de validade do concurso, para manter o direito dos reservas de serem convocados. Do outro, o governo vetou a chamada. E o governador argumentou que a nota de corte dos candidatos do cadastro desqualificaria os classificados a assumirem. Sob perna de gerar risco à população. Mais lenha na fogueira da polêmica que envolve o assunto.

É que sem a obrigação do concurso, a Pró-Saúde segue contratando quem quer, ou avalia que serve para funções que o concurso da Saúde já havia testado. Candidatos classificados, a princípio, estão mais aptos do que qualquer um que se alista para um contrato temporário, sem passar por qualquer teste.

Por tudo isto e muito mais, este janeiro que renova esperanças e oportunidade de fazer melhor e diferente, volta a trazer a Saúde para a pauta do governo. É um tema complexo, onde não existem soluções fáceis. Por isto mesmo a correção de rumos se faz necessária, urgente e sempre,contínua.

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