Aconteceu com você?

A agonia de sofrer com um falso sequestro de um filho ou filha tem se repetido para muitos pais em Palmas. Yanna Barbosa relata a experiência......

Eu tinha acabado de sair para trabalhar quando percebi que meu celular estava descarregando. Seria um dia daqueles! Não dava para arriscar. Voltei para pegar o carregador.

Meu marido ainda estava tomando café. Aproveitei para discutir a “pauta” do dia. Já nos preparávamos para sair quando o telefone tocou. Era uma ligação a cobrar. Meu marido resmungou enquanto eu atendia e aguardava para saber quem poderia ser àquela hora da manhã.

Uma voz de menina chorando falou...”mãe...mãe...

Eu tinha certeza que era a voz da minha filha. Já nervosa gritei seu nome e perguntei o que estava acontecendo. A garota, que até então eu achava ser minha filha, contou que estava na porta da escola quando foi puxada para dentro de um carro e agora estava amarrada. Entrei em pânico. Nem passou pela minha cabeça que isso tem acontecido todos os dias e que eu estou cansada de saber disso.

Meu marido me tomou o telefone. Ele também tinha certeza que aquela voz era da nossa filha.

Alguém pegou o telefone e começou a fazer ameaças de morte.

Todas as histórias noticiadas se perderam no esquecimento.

E se fosse ela?

Liguei para a escola. A secretária informou que era hora do intervalo. Implorei para que procurassem minha filha. Foram os mais longos e doloridos minutos da minha vida.

Ouvir sua voz foi muito mais do que um alívio. Foi nascer de novo. Foi tê-la de novo.

Mesmo assim corremos até a escola. Tudo normal...foi apenas mais um trote.

O dia correu tranqüilo, mas a dor no meu peito não passava.

Fui buscá-los.

Desta vez havia sido ela. A maioria das colegas já tinha passado por isso.

Meu filho contou que sua colega disse que a primeira vez que ligaram todos ficaram apavorados, mas depois da quinta vez...já tinham acostumado.

Será que vamos ter que nos acostumar com isso também?

E você? Já passou por isso? Se já passou deve ter dado graças a Deus por ter sido apenas um trote.

E quando não der mais certo a tática? Será que vamos nos acostumar também o que virá depois?

Será?

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