Não houve quórum para deliberação de matérias na sessão ordinária na Câmara Municipal na manhã desta terça-feira, 17, mas a presença dos vereadores Aurismar Cavalcante, Divina Márcia, Valdemar Júnior, Carlos Braga, e José do Lago Folha Filho - que se retirou no começo da sessão - permitiu que os aliados do governador Marcelo Miranda criticassem duramente da tribuna, a postura adotada no sábado, 14, pelo Diretório Estadual do PT, em fazer oposição ao governo apartir deste mês.
"É um absurdo, uma incoerência do PT, dizer que quer aliança com o PMDB - que participa do governo municipal em Palmas inclusive com secretários nomeados - e não quer com o governador Marcelo Miranda. O governador é nosso líder, é nosso presidente de honra, e onde ele for nós estaremos ao lado dele, lhe respaldando", disparou Carlos Braga. O assessor parlamentar da prefeitura de Palmas, ex-vereador Rilton Farias, que acompanhava da tribuna da imprensa, se retirou do plenário no início da fala de Braga. Rilton chegou a questionar o por quê de haver uso da palavra se não havia quórum para deliberação.
A discussão permaneceu com a presença de quatro vereadores em plenário. O vereador Folha que se retirou, não justificou sua saída. Na sala de reuniões, o vereador José Hermes Damaso permaneceu acompanhando parte da discussão, sem no entanto entrar em plenário. Outro que esteve na Casa mas não foi à sessão, segundo sua assessoria, "por que tinha outras demandas a atender", foi o líder da bancada do prefeito, vereador Bismarque do Movimento.
Incoerência
O vereador Carlos Braga bateu duro no que chamou de "incoerência petista". "Aprovar uma resolução em que quer o PMDB como aliado mas quer ser oposição ao governador, que é o líder maior do partido, é a mesma coisa de dizer que quer o Lula e não quer o PT". Braga criticou a afirmação do presidente do partido, Donizete Nogueira, de que o governo Marcelo Miranda não teria rompido com "as práticas autoritárias dos governos passados".
"Isto é um absurdo. Estamos vivendo novos tempos, em que as instituições são livres para eleger seus representantes. Antigamente havia interferência do governo em tudo, fosse em eleição da OAB, do Crea, em toda parte. Quando que se poderia imaginar um presidente eleito na Assembléia como foi Gaguim, e reeleito em seguida?" argumentou.
O vereador, único eleito pelo PMDB na Casa, e secretário da executiva regional do PMDB, foi além: "Se hoje houve uma renovação nesta Casa, e muita gente tem oportunidade de se eleger, é por que houve uma ruptura, por que antigamente, os candidatos eram sempre os mesmos".
Braga foi aparteado por Valdemar Júnior, líder do bloco PMDB-DEM-PTN, que falou sobre a liberdade de que cada partido tenha virtuais candidatos ao governo do Estado: "É natural que o PR tenha o nome do senador João Ribeiro, o PT possa lançar Raul, o PMDB tenha nomes como o do deputado Osvaldo Reis, o de Derval de Paiva, Moisés Avelino e o próprio Gaguim. É justo que o DEM possa lançar Kátia Abreu. Agora o que ainda não tinha se visto, é ninguém desrespeitar uma agremiação desta forma. É horade ciscar pra dentro".
Carlos Braga adiantou que o deputado Osvaldo Reis, presidente do PMDB regional já convocou uma reunião da executiva do partido para a próxima segunda-feira, 15 horas na sede do PMDB para tratar deste assunto: "Se conseguiram alguma coisa com isto foi nos unir muito mais".
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