Desde domingo, quando o Jornal do Tocantins publicou reportagem abordando questões da prestação de contas de campanha da deputada Solange Duailibe, eleita pelo PT, está circulando nas rodas políticas que a representação movida pelo Ministério Público Eleitoral pode agravar uma situação que já era contestada pelo suplente de deputado, Ivan Vaqueiro.
O assunto é complexo. Sobre ele a deputada fez declarações mais cedo ao Site Roberta Tum, em que garante ter feito um contrato válido, e que o pagamento em gado estaria à disposição do dono (Fernando Teixeira Felipe) para ressarcir dinheiro supostamente emprestado durante período eleitoral.
Nossa análise aqui no entanto não é a jurídica, que caberá ao TRE e TSE fazerem, mas a política.
Ivan Vaqueiro, é do PT, concorreu na mesma chapa de Solange. Ao ficar na primeira suplência não voltou suas baterias contra Amália Santana - que também tem problemas considerados graves em sua prestação de contas – mas contra a primeira-dama da capital, mulher do prefeito Raul Filho, de quem Ivan era amigo até bem pouco tempo, e para quem intermediou negócios de compra e venda de fazenda e gado, no Pará.
É de lá a GTA da transferência do polêmico gado que teria sido dado em pagamento ao empréstimo, e que na verdade não foi transferido de propriedade como sugeria a guia anexada ao processo de defesa da deputada.
PT rachou, mas disputa parece ser pessoal
Não é segredo para ninguém que o PT rachou nas eleições do ano passado, e que Ivan é do mesmo grupo que ficou com Donizete, assim como Amália Santana. Mas o que dizem as fontes ligadas aos dois (Ivan e Solange) é que o desafeto surgiu por conta da invasão de bases feita pela primeira-dama de Palmas, em grupos de Ivan.
Haveria um compromisso de ajuda de Raul a Ivan, pela amizade que unia os dois, que não teria sido cumprido. E a questão política ficou mais grave com a suposta “invasão” de bases.
O que vem à tona com a publicação de parte do teor da representação do Ministério Público, que coincide com a Aime protocolada pela defesa de Ivan Vaqueiro, pode ser só o começo, diante do que pode ser usado por um lado contra o outro, depois do laço de amizade rompido na política e transformado em quase inimizade.
No campo da cobertura jornalística dos fatos, o que vier à tona sobre este processo, logicamente chegará às páginas de jornais e websites, além de outros veículos de comunicação.
Mas no campo político fica a interrogação: até quando esta roda viva da busca pelo poder vai sacrificar e refazer laços? Afinal não é incomum ver grandes aliados se tornarem inimigos e logo em seguida novamente aliados, com chance de voltarem a ser inimigos.
É que os interesses mudam com o tempo, num sobe e desce que fica difícil para o eleitor comum entender. Aquele que lá na ponta de uma disputa eleitoral chega a brigar em casa e com o vizinho para defender um candidato como quem defende o próprio time de futebol. E que não entende logo em seguida ver os adversários em franca convivência como se nada tivesse acontecido.
O que houve de fato entre Ivan, Raul e Solange ninguém por certo vai saber por inteiro. Só nos resta acompanhar os respingos do fim da amizade e da parceria comercial virando manchete.
Comentários (0)