O governador Marcelo Miranda e seu vice, Paulo Sidney enfrentarão, muito provavelmente na próxima semana, o julgamento do TSE - Tribunal Superior Eleitoral a cerca do Rced 698, movido pela União do Tocantins, que tenta reaver o governo pelas vias judiciais, após perder as eleições de 2006. É um direito que assiste ao grupo do ex-governador. O julgamento de fato, no entanto, começou na imprensa já há alguns meses. A liberdade de expressão garante aos veículos e jornalistas pautarem o que melhor lhes convier e emitir as opiniões que considerem justas.
O que me intriga, e tenho certeza que deve estar rendendo bons debates nos cursos de jornalismo, é a insistência com que têm sido pautadas matérias e comentários em TV, rádio, jornal e internet desconstruindo a imagem do Estado enquanto instituição. Quando ela vem de grupos de comunicação adversários da turma do Palácio Araguaia, dá pra entender. E tenham certeza, que a população também já identifica e entende. Mas na cruzada contra o governo, alguns exageram, erram a mão, e atingem a imagem do Tocantins. E o Estado, queiram ou não os detratores, somos todos nós. Eu explico por quê: a onda de denuncismo atinge desde o comerciante informal, passando pelo prestador de serviço, o empresário local até chegar ao investidor externo.
Existem problemas denunciados no gabinete da primeira-dama, na Sejuv, na Sespo? A apuração dos fatos cabe à polícia, ao ministério público e a punição cabe à justiça a quem de direito. Mas uma vez noticiada a denúncia, e acompanhadas passo a passo as movimentações nos processos, está feito o trabalho de informar. O mais é campanha difamatória. Não tem outro nome.
Agora, como se não bastassem todos os exageros, o baixo nível e as acusações irresponsáveis, há quem se ache tão grande que quer demitir secretário antes do governador. Quando ouço um vereador, ou deputado extrapolar suas atribuições e recomendar demissão de secretário até entendo. São políticos, detentores de mandato e estão resguardados em suas ações e palavras. Mas quando vejo jornalista fazendo esse papel, me surpreendo.
As coisas tem andado muito confusas no Tocantins. Depois de viver um período de censura clara a tudo que contrariasse o governo - e muitos dos que estão aqui hoje não chegaram a tempo de viver esta época - a imprensa tocantinense vive outros ares. Hoje, a medida da liberdade, cada um se dá. Mas o fato é que ela tem limite e ele está no senso crítico do leitor.
Antes de enfrentar o Tribunal Superior Eleitoral, o governador Marcelo Miranda já enfrenta a turma do "quanto pior melhor". Resta saber melhor pra quem.
Comentários (0)