Ao negociar com Sintet governo mantém limite da responsabilidade

O embate ocorrido na noite de ontem, quinta-feira, 11, entre deputados estaduais e professores, na discussão e votação da proposta de aumento salarial de 16,60% foi emblemático para mostrar um aspecto preocupante das contas públicas: o limite da capa...

A queda de braço entre governo e Sintet - Sindicato dos Trabalhadores em Educação terminou ontem, quinta-feira, 11, com a votação pelos deputados estaduais do projeto de aumento encaminhado para a Casa pelo governo do Estado. O aumento aprovado é de 16,60%, mas as contas do governo apontam para um “ganho real” de 28% para os professores.

Explica-se. O governo está somando a correção de 5% da inflação de outubro passado, aos 16,6 % de aumento, e ainda aos 4,5% que virão na correção inflacionária do próximo outubro. Na prática, os professores receberão 2% de reajuste em maio, e 14,6% no contracheque de junho.

Josi registra avanço

A deputada Josi Nunes (PMDB), que é oriunda dos quadros da Educação e vem intermediando as negociações salariais da categoria com o governo nos últimos meses passou por momentos de pressão e constrangimento. Nas galerias, os manifestantes organizados pelo Sintet não pouparam a deputada e seus pares de vaias.

“Quero usar as palavras do deputado Marcello Lélis nas comissões: não é o ideal, mas é um avanço”, registrou Josi sob os protestos da categoria. A verdade é que tem sido sempre assim: a expectativa dos sindicatos são maiores do que a capacidade pagadora do Estado.

Prova disso é o dado apresentado pelo deputado Sargento Aragão (PPS), de que o orçamento mensal da Seduc está comprometido em 82% com folha de pagamento. “E se as receitas caírem? Nós trabalhamos com expectativa de arrecadação. Não podemos ser irresponsáveis”, argumentou Aragão.

O limite da responsabilidade

De tudo que foi possível ouvir ontem no debate entre deputados e Sintet fica claro que o governo fez o que pôde. O limite da responsabilidade é fazer os compromissos apenas do que é possível suportar. Ainda mais em se tratando de recursos públicos. A educação é prioridade, e a melhoria da qualidade está diretamente ligada à valorização salarial dos educadores.

Mas é forçoso reconhecer que os deveres do Estado para com a população envolvem também outras áreas, como a saúde e a segurança, que fecham o tripé das urgências em se tratando de políticas públicas.

Se ainda não foi desta vez que os professores conquistaram tudo o que precisam e merecem, por outro lado o governo do Estado deu um inegável passo à frente. Corrigindo perdas e avançando de fato.

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