Nesta semana - a terceira da campanha - fui a algumas reuniões políticas. Estas de fundo de quintal, sem banners na porta, sem bandeirolas, sem carro de som chamando gente na rua.Vi reunião de grupos de amigos de candidatos, reunião com candidato, reunião a favor de candidato. De tudo um pouco.Daquilo que vi uma coisa me chamou a atenção, nesta fase em que o máximo que a maioria dos que estão na disputa podem fazer sem ferir a lei é pedir voto: a romaria de "lideranças", à caça daquele que possa pagar melhor seus serviços de aliciamento da vontade alheia.
Não acredito no conceito de liderança que se consolidou nas eleições de Palmas. Líder no meu dicionário, significa outra coisa: aquele que enfrenta o que for preciso em defesa dos interesses do seu grupo. O fato é que Palmas se tornou uma cidade em que as campanhas são definidas a favor de quem consegue agregar em torno do seu nome mais "lideranças". E o mercado do voto profissionalizou centenas de "picaretas" que se auto denominam líderes e saem negociando apoio de comitê em comitê, em troca de uma lista de empregos temporários, carro alugado, combustível, ou simplesmente "uma estrutura de campanha".
Esse é o jeito simpático de pedir dinheiro. E nunca é uma soma razoável. Simplesmente por que estes falsos líderes trabalham em benefício próprio. Estão entre o candidato a prefeito, ou vereador e uma comunidade que supostamente lidera. Então num bairro, tem o presidente da associação, e o que perdeu a eleição, mas "tem" seus votos. E aí tem o ex-presidente da associação. Tem o presidente de sindicato, o ex, e o que perdeu a eleição. Tem líder de movimento estudantil, e ex-líder. Tem presidente de mocidade católica, e juventude evangélica. E há também alguns agentes de saúde - ôh, esses conhecem muita gente - entram em todas as casas. Gente que corrompe o verdadeiro sentido de liderança. Mas será que eles teriam algum voto além do seu se não recebessem tanto para distribuir?
Nas reuniões que assisti, tentando passar desapercebida, vi muitos rostos cansados de gente que trabalhou o dia inteiro e de noite, foi na casa de fulano, ouvir "as propostas" que o candidato tem. Mas - opa! - que propostas são essas? depois de ouvir a fala do candidato, é que começa a verdadeira reunião. As de canto de sala, onde cada um dos amigos chegados do suposto líder, faz a sua verdadeira proposta. E é sempre uma troca.
Em tempos de eleição mais do que vigiada, e fiscalizada no rigor da lei, não sei o que a justiça eleitoral vai fazer para caçar estes mercenários do voto. Mas sugiro que a própria comumidade os isole no processo. Grande parte dos candidatos em Palmas, já se tornou refém das falsas "lideranças". A cidade é grande, e alguns bairros têm votos suficientes para eleger três vereadores.Para chegar ao eleitor, cada um busca seus caminhos.O fato é que alguns estão cheios de gente mal intencionada.
Ainda acredito no entanto, que há gente séria nesta eleição, dos dois lados.Gente que precisa começar a mudar a história das nossas eleições.
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