A pesquisa Ibope confirmou neste sábado um crescimento na campanha do prefeito Raul Filho, do PT, que já se via nas ruas de Palmas nos últimos dias. Pessoalmente, considero 504 amostras um número baixo para se auferir a tendência do eleitorado da capital, o que torna o coeficiente de 35% da preferência superdimensionado. Ainda mais numa eleição tão dividida, onde três grupos disputam entre si a preferência do eleitor, num quadro inédito em Palmas.
Não há no entanto, como negar o crescimento da campanha do PT. Há que se observar o que está levando a isto. Raul Filho era o mais rejeitado dos três candidatos desde a convenção até as duas primeiras semanas de campanha. O marketing do prefeito tratou de colá-lo a imagem de popularidade inegável do presidente. Era o óbvio a ser feito,e o óbvio fez sua parte.
Depois foi a militância, armada dos números que o prefeito desfia a cada debate, ou entrevista nos veículos de comunicação para dizer a que taxas de crescimento a cidade cresceu, quantos empregos de carteira assinada gerou,e quanto baixou nos índices de desemprego. Não ouvi ninguém responder a ele por exemplo, o quanto a cidade encolheu, no censo do IBGE, na junta comercial e nas placas de "vende-se" nos últimos anos.
A verdade é que Raul disse o que quis, e ninguém lhe contradisse com eficácia durante o mês de agosto. A divulgação do seu constrangedor envolvimento com lobistas e indicação de indiciamento pela Polícia Federal não encontrou eco nem repercussão na imprensa local. Lideranças e presidentes de associações de moradores receberam propostas tentadoras em troca de apoio, que a maioria aceitou.
Tanta movimentação, contratações e promessas, surtiu seu efeito nas ruas. Agora resta saber, se o comitê de campanha do prefeito vai conseguir cumprir todos os compromissos assumidos. Esta semana, acendeu o sinal vermelho (desta vez de pare) na campanha petista.
Vazou para a imprensa reclamações sobre a falta de material, dificuldade de plotagem de carros e o vencimento dos contratos de quem começou a trabalhar primeiro. A próxima pesquisa pode trazer o reflexo das contas que a Força do Povo deixar de pagar.
Roberta Tum
Comentários (0)