Auditoria do TCE nas obras do TJ em 40 comarcas não encontra superfaturamento e aponta: paralisação vai elevar custos

Um relatório de 14 páginas, assinado pelos analistas de controle externo do Tribunal de contas do Estado, concluído em dezembro do ano passado, avaliou as obras do Tribunal de Justiça em 40 comarcas do Estado com o objetivo de verificar superfaturame...

O relatório da inspeção de número 06/2011, determinada pelo Tribunal de Contas do Estado através da resolução 656/2011, de 24 de agosto do ano passado foi concluído em dezembro do ano passado, nas obras iniciadas - e boa parte delas concluídas – nas 40 comarcas do estado. Nenhuma menção à superfaturamento é feita no relatório dos analistas de controle externo Jadir Antonio da Silva, e Paulo Renato G. Morgado, ao qual o Site Roberta Tum teve acesso com exclusividade.

Ao contrário, o relatório avalia que “os valores de referência do SINAPI nestes casos servem como parâmetro para licitação, mas nunca serão valores reais tendo em vista que são valores para capitais e grandes centros”. O relatório continua afirmando que “no caso, há municípios que distam 350 km de cidades maiores, e 600 km da capital. Há casos de municípios que não dispõem de material básico para construção: areia, brita, seixo, aço, tijolos, etc”.

A inspeção realizada pelo TCE mostra que concluídas e em funcionamento estão apenas cinco unidades judiciárias, no entanto, há obras com mais de 85% de avanço, como é o caso do Fórum de Augustinópolis e da Unidade Judiciária de Goianorte. Do total das obras contratadas, três não foram iniciadas e 20 estão em fase de construção.

Volume medido é maior que o valor pago

Outra constatação dos analistas do TCE, é que o volume medido é muito superior ao valor pago nas notas fiscais apresentadas pelas construtoras. “O total de contratos mais aditivos é de R$ 47.817.987,67”, afirma o relatório, para complementar: “Deste total já foi medido em serviços a quantia de R$ 18.160.841,43 correspondente a 38% do contratado e deste total foi pago a quantia de R$ 11.216.624,16”.

O que resta pagar de serviço medido às diversas empresas que realizaram as obras é R$ 6.944.217,27. Os analistas ainda alertam: “A longa demora na efetivação dos pagamentos restantes pode ser motivo de problemas futuros na reativação de obras, por descapitalização de algumas empresas”.

A título de exemplo são citadas algumas obras:

Fórum de Alvorada –Medido: 98,42% - Pago: 76,90%

Fórum de Araguaçu - Medido: 89,04% - Pago: 64,13%

Fórum de Augustinópolis – Medido: 55,77% - Pago: 10,09%

Unidade Judiciária de Goianorte – Medido: 57,33% - Pago: 0%

Unidade Judiciária de Lizarda – medido: 53,67% - Pago: 0%

Fórum de Miranorte – Medido: 100% - Pago: 46,70%

Unidade Judiciária de Nova Olinda – Medido: 99,16% Pago: 59,86%

Unidade Judiciária de Pugmil – Medido: 100% - pago: 57,24%

Unidade Judiciária de São Salvador – Medido: 100% - Pago: 80,63%

Unidade Judiciária de Silvanópolis – Medido: 99,38% - Pago: 36,19%

A conclusão do relatório é que “os valores medidos das diversas obras são compatíveis com os serviços encontrados”.

Sobre a qualidade das obras há dois apontamentos. No primeiro, que se refere à obras finalizadas a posição dos analistas do TCE é de que: “foram bem executadas, salvo alguns detalhes finais de acabamento que necessitam ser reparados”.

Problemas estruturais e outros encontrados nas obras em andamento não foram aprofundados pela inspeção, por não serem objeto da mesma, assegura o relatório conclusivo.

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