Avelino é candidato, Marcelo está próximo e Igor deixa o governo: o gato subiu no telhado...

Quando Igor Avelino foi despachar com o governador Siqueira Campos na noite de ontem, terça-feira, 8, no Palácio Araguaia, não levava pedido de exoneração. Depois de ter sinalizado ao secretário Eduardo Siqueira que queria voltar a cuidar dos negócio...

A saída de Igor Avelino do governo foi um pouco mais rápida do que ele próprio esperava ao ir falar ontem a noite com o governador Siqueira Campos sobre problemas da pasta. Já decidido a voltar a cuidar dos negócios da família, que se preparou para gerir dentro do que há de mais moderno em administração rural, Igor tinha sinalizado várias vezes ao secretário Eduardo Siqueira que deixaria o governo.

A reação de Siqueira ao ouvir de Igor que este só poderia ficar até dezembro é que foi inusitada: decidiu fazer a exoneração no ato. Do tipo, “se quer sair, não precisa esperar até dezembro”.

Quando postei ontem a noite no Twitter que o tom da conversa tinha sido este, o próprio secretário Eduardo me respondeu que Igor tinha marcado o mês de novembro como prazo final. Não foi o que ele me disse ao telefone, mas tudo bem. Ninguém quer polemizar o que até aqui é uma boa relação.

O  gato que subiu no telhado é a relação Avelino/Siqueira desde o lançamento da pré-candidatura de Avelino em Paraíso pelo PMDB. Tudo por conta das fofocas do universo paralelo ao poder. E que se não forem cortadas imediatamente podem azedar uma convivência que começou num momento difícil para Siqueira e que custou o mandato federal de Avelino.

Avelino pré-candidato, não é inimigo de Marcelo

Quem acompanhou a história do governo tampão de Carlos Gaguim e depois a história da aproximação de Avelino com Siqueira, para vir a apoiá-lo nos palanques e nas ruas na eleição passada, sabe que o problema do ex-governador e ex-deputado federal era e sempre foi com Gaguim, e não com Marcelo Miranda.

Pois bem, a presença de Miranda no lançamento da candidatura de Avelino em Paraíso não foi bem digerido no Palácio Araguaia. Se não diretamente por Siqueira, pelos agreados. Muitos dos que permaneceram com o governador na época das vacas magras dividem o governo entre “nós” (os de casa) e os “outros” (incluindo os traidores arrependidos e os ex-adversários, categoria de Avelino).

E como se sabe, toda periferia do poder é cheia de... fofoqueiros de plantão. Aquele tipo que já identifiquei aqui uma vez (no artigo do Golan). Que se alimenta de destruir, ou desconstruir os outros.

E desde o lançamento da pré-candidatura de Avelino, que o leva e trás de conversa anda quente. O que isso tem a ver com Igor? Nada. O que tem a ver com o estado de espírito do governador em receber o aviso prévio do secretário como desligamento imediato? Talvez tudo.

É sabido que em Paraíso o governo tem outros companheiros pleiteando a prefeitura. Avelino não reina absoluto dentro do grupo. Principalmente por que não deixou o PMDB e é por ele que concorrerá. Do lado do peemedebista, a situação sempre foi deixada às claras. Mas a ciumeira é grande.

Tão grande, que no aniversário de Marcelo Miranda, virou questão de honra para muitos siqueiristas identificar quem estava na igreja São José lotada. Fora os que receberam telefonemas aconselhando a não ir. Coisa de rir? Política provinciana? Pode até ser, mas ainda acontece.

O fato, é que de tantos acontecimentos pode se depreender uma coisa: ou o Palácio dá um jeito de filtrar o ti-ti-tio das “lavadeiras” de plantão, ou terá problemas em breve com aliados, que não precisam voltar a ser adversários.

Costumo dizer que a única coisa que (me parece) irreconciliável na política tocantinense é o rompimento entre Siqueira e Miranda. É esta inimizade, alimentada muitos, que pode atrapalhar a visão do todo.

Igor Avelino voltou para casa e para os negócios. Moisés Avelino é de fato pré-candidato a prefeito de Paraíso. Não há abalo nas relações entre o ex-governador e o atual. Mas se não segurarem o gato que subiu no telhado, ele escorrega, daí cai, e sabe-se lá o que acontece com esta aliança lá no futuro. E o PMDB, que não se apressou em expulsar Avelino, pode acabar lucrando com isto.

A não ser que Siqueira ponha um fim nisto, reconheça o valor de Avelino e o apoie em Paraíso como foi apoiado por ele ano passado. Afinal o que é um mandato de prefeito numa cidade de porte médio comparado com o de deputado federal que Avelino perdeu? O jeito de um ex-governador encerrar bem sua carreira política, podendo cuidar melhor de sua cidade, como aliado, e não adversário do governo que ajudou a eleger.

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