Antes de comentar o panorama tocantinense, recorrerei aos idos do verão de 1940, ao sudeste da Inglaterra, durante a segunda guerra mundial, que versa sobre as escolhas certas de um líder ao enfrentar as emergências investindo em suas convicções, ousando o emprego de seus meios e recursos aéreos, geridos em prol do seu povo. Vejamos:
Toda boa investida trás consigo resultados brilhantes, principalmente, quando se enfrenta crises. O Estadista britânico, Sir Winston Churchill, foi exemplo de manter-se engajado liderando seu povo e escolhendo criteriosamente os seus Generais, bem como, empregando estratégias emergenciais na linha de frente, diante dos desafios que encontrava na 2ª Grande Guerra. Suas prioridades e tomadas de decisões fizeram a grande diferença contra as investidas germânicas, ao sudeste britânico, conhecida como “A Batalha da Inglaterra”.
Uma delas foi investir pesado na indústria da aviação de guerra e determinar aos seus Oficiais a gerirem as estratégias de emprego bélico de forma transversal entre as nações amigas, além da seleção de pessoal, instruções e treinamentos empregando os experientes pilotos poloneses e tchecos como instrutores das esquadrilhas de caças. Churchill também permitiu que pilotos de países aliados, como Austrália, Canadá e Nova Zelândia integrassem a RAF (Royal Air Force), cujo os lendários esquadrões lograram grandiosas vitórias aos países aliados, em contra vapor aos ataques aéreos da Luftwaffe, a força aérea alemã.
Churchill investiu pesado na aviação. Qual o resultado brilhante? Que diga a histórica batalha aérea sobre as ilhas da Grã-Bretanha, onde aviões de caça Hurricane e Spitfire (da RAF), venceram os caças alemães Messerchimitt Bf 109, e ao final daquela batalha, fizeram Winston Churchill exclamar uma de suas mais sublimes frases: "Nunca, no campo do conflito humano, tanto foi devido por tantos a tão poucos".
Antes dessa batalha, ele foi criticado pelo parlamento inglês por superestimar esses investimentos e por adotar medidas emergências sem passar pelas burocracias estatais. Vislumbrou, unicamente, defender seu povo e acabou vencendo a mais épica das batalhas da 2ª WW. Poucos fizeram por muitos.
Em tempos de crise, o líder enfrenta fatos brutais, mas não perde a fé na capacidade de superação dele e de seu pessoal. Anderson (2007).
Por analogia, regresso à panorâmica tocantinense, ao falar em tomada de decisões em tempo de crise, seja na aviação ou na política governamental, ainda mais quando algumas ações geram críticas, às vezes injustas, não me furtarei em emitir minha opinião sobre gestão e investimentos na aviação de segurança pública.
Nas suas tomadas de decisões, o Governo definiu bem suas prioridades para a gestão inicial de nosso Estado, a ponto de fazer jus a qualquer trocadilho à famosa frase de Churchill. Nunca, no campo da reestruturação do Tocantins, tanto esta sendo devido a tantos poucos.
Diante da crise em que assumiu o Estado, o atual Governo, através das brilhantes escolhas e tomadas de decisões, ainda quando da transição, já denotava o choque de gestão que, atualmente, é empregado na administração do Tocantins, dado ao perfil dinâmico e atuante da equipe governamental. Saúde, Educação, programas Sociais e Segurança somam as principais pastas que passam, prioritariamente, por essa reengenharia de gestão.
Darei meu adendo, em particular à Segurança Pública, opinando aos gestores, em especial, aos que planejam e executam o orçamento, que destinem bons recursos, impreterivelmente, para a Aviação de Segurança Pública (implantação, infraestrutura, formação, capacitação, manutenção e afins). Falo isso, dado ao conhecimento do grande potencial que o vetor aéreo representará para a segurança pública e defesa social do povo tocantinense.
Será de suma importância a consideração de grandes investimentos nessa modalidade e processo de policiamento, pois, é possível multiplicar a ostensividade policial, bem como a conseqüente sensação de segurança à população tocantinense.
Há estudos científicos que comprovam as inúmeras potencialidades do vetor aéreo em aplicação na segurança pública, defesa civil e outros. Apenas no campo da ostensividade, conforme estudos da NASA/USA, uma única aeronave patrulha uma área equivalente a 15 viaturas, 150 policiais, ou seja, uma área 555 vezes maior que patrulhada por apenas um policial.
Tangenciando o seu potencial emprego nas multimissões pacíficas, o vetor aéreo é um eficiente e rápido salvador de vidas acometidas por acidentes de trânsito. E vida não tem preço, bem como o meio natural onde vivemos.
E por falar em meio (ambiente), no ano passado, os incêndios florestais no Tocantins foram destaque negativo nacional e internacionalmente. Provocaram o aumento de doenças respiratórias lotando postos de saúde e hospitais, além de prejuízos econômicos para o Estado, produtores rurais, população e flagelo à fauna e a flora. Dentre as multimissões de uma aeronave policial, cita-se o combate a incêndios e o socorro a vítimas dessas e de outras calamidades. É uma boa escolha investir nessa aviação. Por analogia, lembremos: Churchill investiu na aviação e ganhou muitas batalhas!
Oportuno, acrescento que o trabalho da Aviação de Segurança Pública contribuirá, e muito, no combate contra as drogas, inclusive, a nível nacional contaremos com projetos de emprego do vetor aéreo nesse sentido (PEFRON, Policiamento Especializado na Fronteira – Secretaria Nacional de Segurança Publica). As drogas precisam ser combatidas com prioridade e aparato de guerra, utilizando-se de todas as ferramentas disponíveis, e eis que, uma aeronave policial, aliada a tecnologia de imagiadores térmicos (FLIR), sistema downlink e faróis de busca terão grande utilidade nesse combate.
Portanto, gestores, mídia, população e autoridades em geral temos guardadas parcelas de colaboração e responsabilidades para ajudarmos a segurança pública do TOCANTINS a se tornar uma guardiã constante, eficiente e eficaz para com a defesa da sociedade. O emprego da aviação a esse favor não é luxo, é necessidade. Não é custo, é investimento! Mesmo nos criticados vôos panorâmicos sobre a Praça dos Girassóis, os resultados serão benéficos ecológica e socioculturalmente, a ponto de inspirarem aquelas crianças carentes a seguirem as profissões de piloto, paisagista ou policial, além do fomentar a cultura da aviação e do patrimônio histórico, enfim, tudo o que venha a ser despertado por essa nobre oportunidade ofertada pelo Governo.
A exemplo e por analogia, das boas tomadas de decisões de Churchill, sobre sua gestão ao viabilizar investimentos emergenciais no vetor aéreo, somado a transversalidade operacional da RAF, em paralelo, observo que o engajamento constante de nosso Governo Estadual, em seu choque de gestão, semelhantemente, condiz às nobres investidas emergenciais inerentes aquele líder, guardada suas proporções, finalidades, interesse das personagens, fatos e tempos, tudo em prol do povo. Cabe-nos ainda, colaborarmos com o Governo através de aval popular para suas ações emergenciais, bem como fiscalizar as mesmas.
Que um dia, possamos relatar os resultados brilhantes dos benefícios que serão proporcionados com o Vetor Aéreo, aplicado na segurança pública e na defesa social, à disposição do povo do Estado do Tocantins. Lembrem-se, serão mais outros poucos que farão tanto para tantos.
Major Álon Nery Amaral – Oficial da Polícia Militar do Tocantins
Pós-Graduado em Segurança Pública – Piloto Privado de Avião
caveirapegasus04@gmail.com
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