É impressionante como o ritual quase litúrgico de toda convenção se parece. Candidatos sonhando com uma vaga de vereador, e que só conseguiram colocar uma pequena faixa, ou fazer meia dúzia de cartazes. Ao lado de claques contratadas para vestir a camisa, tocar batucada, levantar cem bandeiras.
Por todos os lugares onde andei, há sempre a presença de várias tribos numa convenção: os que vão trabalhar, os que vão fazer festa, os que vão por que foram buscados em casa por um ônibus, van, ou carro de correligionário. Vão assistir. E os que vão desfilar diante dos olhos dos políticos sua miséria, sua necessidade. Vão pedir, mendigar qualquer coisa para por na panela.
Convenção, assim como comício e reunião de bairro, é sempre uma oportunidade. Resguardadas as devidas proporções.
No palanque, os discursos se parecem muito, sempre. São histórias do passado, para justificar as composições presentes. São planos e promessas para o futuro.
Dependendo do grau de preocupação com o adversário, e à medida que o “bonde” do tempo, comícios e programas de TV andam, o tom vai aumentando, subindo, e o nível dos discursos baixando, caindo.
Surpreendentemente ontem já foi possível ouvir, e hoje se pode ler na maioria dos veículos, que o tom já começou alto na campanha de Palmas. O palanque da situação - na esfera municipal - que é oposição ao Palácio Araguaia, começou lá em cima. Não faltaram ataques, acusações de venda de apoio e coisas do tipo.
Não tiro a razão de ninguém em tomar o rumo que achar melhor em sua campanha, mas há uma coisa presente no espírito do eleitor este ano, mais que nos outros: o horror à baixaria, à troca de farpas, à acusações sem provas, baseadas no “ouvi dizer”.
O fim do prazo para as convenções mostraram que Palmas vai poder escolher. Tem opções. Do mais discreto dos candidatos à prefeito (de partido pequeno) ao primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto (que tem a maior coligação na capital) todos poderão ser ouvidos.
Eleitor vai votar na esperança
E o eleitor vai votar em quê? Novamente na Dona Esperança. Naquele ou naquela que representar, ou conseguir convencer, da melhor maneira, que vai melhorar a vida do cidadão e da cidadã palmense, gurupiense, araguainense, nativitana ou dianopolina.
Desde o trabalhador que anda de ônibus lotado e paga caro, até o que anda de carro empenando roda e caindo em buracos no período de chuva. Do que deixa o filho na creche para ir trabalhar, ao que não encontra vaga para deixar o filho.
Sinceramente, não gosto de baixaria. Prefiro construção à destruição. Prefiro ouvir falar do que é possível fazer para melhorar. De como transformar a realidade que estamos vivendo.
No geral, percebo que o eleitor está assim também: mais exigente, mais crítico.
Vamos à campanha, senhores e senhoras. Mas de preferencia tragam alguma coisa de positiva a oferecer à Palmas, ou à cidade onde estão concorrendo, para os próximos anos. Quem compôs, compôs. Quem não compôs, não compõe mais.
A sorte está lançada. Palmas precisa de um prefeito ou de uma prefeita, que se proponha trabalhar nos quatro anos de sua gestão, que não seja ausente, que não nos envergonhe.
Gurupi precisa de um prefeito atuante, cumpridor de compromissos, que faça a cidade voltar a crescer. Araguaína precisa ser resgatada. Como é que uma cidade que é capital econômica do Estado pode ser tão mal cuidada?
Em cada cidade deste Estado, tem gente do povo precisando sair da miséria, da fome, encontrar oportunidades. Pouco interessa a estas pessoas quem brigou com quem, quem está ressentido com quem. Interessa a mudança. Interessa melhorar de vida.
Quem conseguir encarnar este sonho de consumo dos eleitores, do Sudeste ao Bico do Papagaio, vai vencer a disputa em 7 de outubro.
De coração, torço para que sejam os melhores. Os mais sérios. Os mais realizadores. Que os anjos digam amém!
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