Chapa dos sonhos teria Gaguim ao governo, com Raul e Ribeiro

As discussões em torno da composição da chapa majoritária da base lulista no Tocantins avançam para uma composição que pode sacrificar os dois pré-candidatos do PMDB ao Senado. Segundo informações de bastidores obtidas ontem pelo Site Roberta Tum, o ...

Atrás de todos os jogos de cena em torno da formação de uma chapa majoritária com quatro vagas principais, uma nova alternativa surgiu nos últimos dias entre os articulistas da base governista no Estado. Conforme fontes ouvidas ontem pelo Site Roberta Tum, uma vertente ligada ao governador trabalha na construção de uma chapa que agregue o PT e o PR na senatoria.

São vários os motivos para isto, mas o principal é impedir que o PT lance candidatura própria, dividindo palanque com o candidato do PMDB - que sim, disputará o governo. Neste momento da pré-campanha, tanto no governo como na oposição, a regra é que todos os possíveis candidatos trabalhem seu nome. Apenas o governador não se coloca como virtual candidato. Pelo motivo óbvio de que isto pode atrapalhar as ações de governo, que não devem se misturar à pauta eleitoral, até por questões jurídicas.

Assim, João Ribeiro (PR) mantém sua pré-candidatura, Raul mantém sua pré-candidatura, Osvaldo Reis mantém o PMDB na discussão. Mas no frigir dos ovos só tem uma vaga para governo, e ela só não será de Gaguim se ele assim decidir.

Mantendo o PDT na base

Um dos problemas que vinha ameaçando a paz na base do governador foi a possibilidade de ruptura do PDT. É simples. Edna Agnolin é vice-prefeita, com um compromisso tácito de bastidores (sempre negado, desde a campanha de 2008) de assumir a prefeitura este ano. Para tanto Raul Filho precisaria renunciar e concorrer ao governo.

Se a vaga de governador na chapa é de Gaguim, a única alternativa aceitável para os petistas não abrirem palanque próprio, é que Raul seja candidato ao Senado. Quem está no Tocantins há mais tempo se lembra que este é um antigo sonho do petista, e uma das razões de seu rompimento com o ex-governador Siqueira Campos lá atrás, na década de 90.

Assim, se Raul é candidato ao Senado, Edna assume a prefeitura, e o PDT permanece apaziguado na base. O outro problema a ser resolvido é a posição do senador João Ribeiro na chapa.

O acordo com Ribeiro

O senador João Ribeiro tem dito que é pré-candidato ao governo desde o ano passado, e sua intenção real é esta. Mas no meio do caminho estão os partidos da coligação, a começar pelo PMDB que tem resistências. Estão também as  recentes pesquisas de opinião que não o favoreceram - embora ele afirme que suas consultas trazem resultados diferentes – e está a posição privilegiada de Gaguim.

No entanto existe um acordo feito entre o governador, a ministra Dilma, o presidente Lula e o ministro Padilha. A única possibilidade de não cumpri-lo é caso fique clara a inviabilidade eleitoral do Senador para o governo. E se isto for feito, no mínimo, ele concorre à reeleição, como o próprio Ribeiro já declarou.

O que fazer com Marcelo?

Claro como a mais transparente das águas, está o fato de que o grande puxador de votos do PMDB hoje é Marcelo Miranda. Não importa quem pague a pesquisa, ele está sempre lá, em primeiro para Senado, chegando até a marca dos 50%. A liderança de Marcelo de um lado e  Siqueira de outro é fato indiscutível. Isto vale meia campanha.

Diante deste fato, o que fará o PMDB com o ex-governador? Forças “ocultas”, trabalham para tentar torná-lo inelegível até a convenção, mas isto pode não acontecer.Afinal  é sabido que ferindo Marcelo, fere-se todo o governo herdado por Gaguim no processo indireto.

Leomar Quintanilha por sua vez também quer disputar, e tem condições para isto duplamente: é bem articulado politicamente e é competitivo eleitoralmente. Difícil fazê-lo recuar para uma candidatura à federal.

Dois palanques para o PMDB?

Em meio a tantas possibilidades e necessidades de acomodação, a base do governo demonstra ter mais nomes do que as vagas disponíveis na chapa majoritária. Isto pode resultar numa combinação estranha, em que os partidos lancem candidatos avulsos ao Senado. Ribeiro tem legenda própria para concorrer ao que quiser, mas não embarcará numa aventura.

O PMDB pode lançar dois senadores. A base de Lula pode ter dois palanques.O campo das possibilidades é imenso, e falta muito tempo e pendências a contornar. Mas diante disso tudo, podem anotar: Gaguim com Raul e Ribeiro, é a chapa que já começou a ser construída.

Comentários (0)