Coleção Livro Falante promove acessibilidade e aborda história do negro com outra visão: "o preconceito é a falta de informação"

Desde o primeiro dia da FLIT a África Editora tem surpreendido os educadores com a Coleção Livro Falante, que traz uma didática diferente para o auxílio escolar à crianças portadoras de necessidades especiais. O autor da obra, Natanael dos Santos, vi...

O historiador Natanael do Santos apresentou ao Site RT nesta quinta-feira, 28, a Coleção Livro Falante da África Editora, que aborda a história dos negros e traz uma proposta didática diferente. São três volumes com formatos em Braille, Tinta e Falante, promovendo acessibilidade à crianças portadoras de necessidades especiais durante a formação escolar. De acordo com Santos, “o preconceito nada mais é do que a falta de informação”.

O autor da obra, Natanael dos Santos, é fundador e coordenador de pesquisa do núcleo de estudos afro-brasileiros da Universidade de Campinas – Unicamp, além de trabalhar com direção artística pela Cia de Teatro Liberdade Canto e Dança desde 1983. Ele explica que a proposta didática da Coleção Livro Falante é o grande diferencial do material.

“Eu pesquiso a história do negro há 30 anos e a nossa proposta de trabalhar com esse tema é diferenciada. Você pega o material didático das escolas e os negros estão sempre nos navios negreiros, no açoite, no engenho, ou seja, continua da mesma forma quando eu aprendi história há muito anos atrás. Então eu não trabalho com escravidão e preconceito, e sim com a auto-estima, trazendo a história dos negros que foram importantes para a humanidade”, diz Santos.

A grande novidade é o Livro Falante, para que crianças com deficiências visuais possam ouvir histórias apenas tocando uma caneta na superfície das páginas do livro. É um dispositivo com tecnologia para narrar o conteúdo didático e que pode ser manuseado por qualquer um. “Além do Livro Falante, temos o formato em Braille e Tinta. A pessoa que não enxerga, mesmo assim ela consegue distinguir cores. No museu, os únicos que podem tocar as obras são os cegos. Então a Coleção também traz opções para eles colorirem as ilustrações, que são todas demarcadas em Braille”, conta.

Segundo o historiador, varais escolas no Estado de São Paulo já utilizam este material, e em breve o Tocantins também utilizará. “Existe a Lei 11.645/2008 que determina o estudo da história dos negros e afro-descendentes nas escolas do Brasil. Existe um estigma que a própria família cria em torno das diferenças sociais, como quando se chama alguém por ceguinho, de aleijadinho, de negrinho. O preconceito nada mais é do que a falta de informação. A Coleção Livro Falante traz o negro de outra forma e promove acessibilidade. Já vendemos muitos livros na FLIT e em breve as escolas do Tocantins deverão aderir ao material”, conclui Santos.

No dia 1º de agosto será realizado o primeiro Seminário Estadual da Diversidade e Individualidade com apresentação do Balé-Afro Cia Liberdade Canto, Dança e Teatro às 19h no auditório do Palácio Araguaia.

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