O governo Siqueira está com tudo e não está prosa. A frase do velho Chacrinha se aplica bem ao cenário deste sétimo mês de gestão. Depois de entrar reclamando que o orçamento estava superestimado, reduzir os repasses para judiciário, legislativo, MPE, Defensoria e TCE, a arrecadação estourou a boca do balão. E olha que as despesas com pessoal foram bem reduzidas. De quebra, vem atendendo os companheiros digamos, com...parcimônia.
Não é preciso ser expert em economia para entender como as coisas funcionam no mercado. Dinheiro, chama dinheiro. Especialmente quando o crédito é facilitado aos pequenos e médios empresários, comerciantes, autônomos, empreendedores. Foi o que aconteceu o ano passado, quando o governo do Estado fez por onde fazer o dinheiro circular através de diversas iniciativas.
É inegável que há um ano a efervescência do comércio, era outra. Independente de ser ano eleitoral. Um exemplo? Taquaruçú, onde moro. Lá a expectativa da exploração de jazida na serra provocou a busca por imóveis, a construção de quitinetes para aluga, e a circulação de dinheiro nas mãos de pedreiros, lojinhas de material de construção, supermercado. Certeza que teve seu reflexo, proporcional é claro, na arrecadação.
Agora vejam. Tudo isso parou. É natural, porque a troca de governo, quase sempre significa a troca de projetos. Rever o que o outro faria, antes de decidir que rumo tomar. Mas é inegável que há uma quebra no ritmo. Na Serra, a coisa esfriou.
Infelizmente, nas ruas também. O comércio assumiu o impacto das exonerações de mais de 15 mil pessoas. Gente que estava na folha o ano passado, que o governo mantinha sem atrasos, como é mantido hoje. Só que com menos dinheiro em caixa antes e menos servidores agora, quando a arrecadação engorda os cofres. Semana passada, mês de férias, era visível o esvaziamento dos restaurantes e a superlotação de vôos no aeroporto.
Dinheiro economizado deve render nas ações de governo
Isto é ruim? Não. Espera-se que o dinheiro economizado com os comissionados ajude a materializar as promessas feitas para todos os tocantinenses. O eixo do raciocínio que desenvolvo neste domingo é outro. Todas as ações de governo ano passado, adquirindo máquinas, carros, injetando recursos na economia, pagando dívidas (sim, por que foram pagas em grande volume, de um governo para outro, ainda que do mesmo partido), tiveram reflexo no que se vê hoje na circulação da economia em Palmas e nas maiores cidades do Estado.É assim que as coisas funcionam. Arrecadação não sobe de uma hora pra outra. É fruto de uma crescente na economia.
Agora vejam: será que este orçamento recorde, segundo aponta o Sindifiscal especialmente nas fontes internas se repetirá no próximo ano? Difícil saber. Tomara que sim. Embora não adiante só a torcida. Segundo as contas do sindicato que acompanha de perto os números, o governo tem pela frente sete meses de lucro, em cima do que previu em seu orçamento, conforme você lê melhor aqui.
O que se vê, a olhos nus, e que pesquisas como a recente do IBGE demonstram é a expectativa das pessoas realmente em declínio em torno da produção de riquezas e circulação de recursos aqui. A possível criação do Estado do Carajás – é inegável - já acende as expectativas de muitos rumo ao Sul do Pará.
Conclusão: o orçamento cresceu mais do que o estimado inclusive pelo governo anterior, considerado lunático ao apresentar seus números. E daí, que sobra dinheiro nos cofres do estado para ser investido( espera-se que de maneira séria e responsável) não só em obras que devem gerar empregos, mas também nos programas sociais para tirar as pessoas da linha da miséria e por conseqüência reduzir nossas cidades com baixos IDH’s. E nas ações que atraem investimentos, indústrias, turistas.
A pergunta é: há planejamento para isto? Há visão de futuro para fazer estas transformações todas? No discurso, sabemos que sim. Agora é esperar para ver na prática. Afinal, o governo tem tudo: a faca, e o queijo. Ou para parafrasear o secretário Eduardo, todos os ovos estão aí, devidamente quebrados. Vamos esperar que saiam logo estes omeletes.
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