O slogan de governo adotado pelo presidente da Assembléia e governador interino Carlos Gaguim (PMDB) “Acelera Tocantins” resume bem estes dias de muitas definições que o Tocantins está vivendo. Após tomar posse na quarta-feira, 8, e sentado na cabeceira da mesa da sala de reuniões do segundo andar do Palácio Araguaia, Gaguim comandou a reunião de menos de duas horas em que foi referendado o acordo em construção desde a votação do Rced 698 no final de junho.
Os deputados reunidos bateram o martelo definindo governador, vice, e nova Mesa Diretora da Assembléia Legislativa. Nesta, foram acomodados dois ícones da oposição: Solange Duailibe (PT) e Raimundo Moreira (PSDB). A divisão dos cargos para acomodação de todos os aliados prossegue no final de semana, que para o governador Gaguim e quem quiser auxiliá-lo, vai ser de trabalho.
Para este sábado, 12, está prevista outra cerimônia de posse, com novos auxiliares. No domingo, 13 o secretariado estará completo. “Queremos dar posse a todo nosso secretariado, presidentes de autarquias, e todo corpo de auxiliares até domingo”, disse o governador durante a posse de Dolores Nunes, Eduardo do Dertins, Cesarino Augusto e todos os auxiliares empossados nesta sexta.
O ritmo parece que será mesmo a mil por hora. Aos novos secretários o novo governador foi claro: quer os celulares ligados dia e noite. No domingo, segundo adiantou em entrevista, quer ter pronto o relatório de dívidas e compromissos do Estado, para fazer a divulgação dos dados para imprensa e sociedade.
Os partidos
A rapidez da apresentação, discussão e aprovação da lei estadual que regulamenta a eleição indireta, somada à decisão proferida na manhã desta sexta-feira, 11 pelo TRE tem pela frente possivelmente a resistência de duas forças contrárias. A primeira é do ex-governador Siqueira Campos (PSDB), cuja defesa anunciou recurso ao STF. A segunda é dos partidos.
O PT de Donizete Nogueira e Solange Duailibe emitiu nota de recomendação para que a lei não fosse aprovada retirando dos partidos a prerrogativa de indicar candidatos. Solange, por sua vez, se absteve de votar favorável a esta lei. Mas a resistência do Partido dos Trabalhadores pode parar por aí. Segundo informações de bastidores o PT não vai buscar a via jurídica para barrar o processo que caminha para referendar Gaguim no governo.
O DEM da senadora Kátia Abreu é a incógnita do momento. Em Palmas desde quinta-feira, 10, a senadora aguardava o posicionamento do TRE para se manifestar sobre o assunto. Segundo sua assessoria de imprensa ela avalia se emitirá nota à imprensa ou se concederá entrevista coletiva até o final do dia.
Sabe-se que a senadora tentou emplacar candidatura própria do partido para as indiretas, apresentando aos deputados o nome do presidente da sigla no Estado, João Oliveira. Não houve clima para que a candidatura fosse abraçada. Segundo um deles, desde a cassação de Marcelo Miranda a vontade dos parlamentares era a de eleger um deputado estadual para o governo, e Gaguim reuniu as melhores condições para isto.
O fato é que com todas as condições políticas, institucionais e agora jurídicas, Gaguim tem tudo para governar o Tocantins até dezembro de 2010. Isto, se não concorrer à reeleição, como o próprio deputado Júnior Coimbra (PMDB) antecipou em seu discurso mais cedo na posse dos novos secretários. Caso nada interrompa este percurso na próxima semana, Gaguim terá consolidado a eleição mais rápida e inusitada de um governador de Estado no Tocantins.
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