Com o coração na mão, usuário do SUS e dos planos de Saúde assistem as novidades do dia: tá difícil...

Nunca foi fácil, mas tá especialmente difícil para o usuário do SUS a garantia do seu direito à Saúde. Também tá difícil para o usuário da Unimed e do Plan Saúde, que tem problemas de coração. Tá difícil para inúmeros servidores, contratados a preço ...

Efinalmente, agora ficou difícil para os vigilantes, que perderam seus empregos em 17 dos 19 hospitais do Estado. Afinal, tá bom e fácil para alguém dentro do Sistema de Saúde no Estado, com exceção de quem atua no mercado privado? Tô achando que não.

Cada dia é uma novidade. E tá difícil não falar da Saúde, direito de todos, obrigação do Estado, conforme preceitua a Constituição Federal. E mais complicado ainda falar bem.

Quando o governo do Estado decidiu terceirizar serviços de gestão da Saúde no Tocantins, manifestei-me aqui contra, totalmente contra, frontalmente contra a medida. Tudo bem, é só uma opinião.Seguimos em frente, e os resultados...bem, os resultados estão aí, todos os dias.

Mas o que eu gostaria sinceramente de saber, quase um ano depois é: em que a Saúde no Estado realmente melhorou com a Pró-Saúde? O que aconteceu de extraordinário para justificar a medida? Economia? Não vi onde. Melhoria no atendimento? Também não.

Reclamações continuam e informações não chegam

Com as caixas de email da redação permanentemente abastecidas por reclamações de concurseiros que não conseguem ser chamados (e acusam a existência de gente menos preparada que eles ocupando contratos temporários), reclamações de contratados (que tiveram salário na prática, reduzidos), reclamações de usuários nas filas de espera por atendimento especializado e cirurgias, fica difícil achar um meio de entender o que se passa.

Depois do SUS, historicamente um sistema de difícil satisfação do usuário - não só aqui mas em todo país - aos poucos chegou a hora dos convênios deteriorarem seu atendimento.

Para fazer justiça, não é de hoje. Consulta no convênio, só com paciência em agendar com a secretária do médico para daí um mês, dois ou até três. Atendimento no SAU é aquele caos tantas vezes relatados por pacientes aqui.

As duas novidades do dia de hoje, são de morte, literalmente.

Na primeira do dia, o Simed informa que cardiologistas não aguentam mais atender os planos de Saúde, recebendo 30% do que paga o SUS pelos mesmos procedimentos. É brincadeira, não? Inacreditável.

Na segunda do dia, mais uma da fantástica Pró-Saúde: tá dispensando a partir de amanhã - sim, amanhã, quarta-feira, 1º os vigilantes de 17 hospitais que administra (sic) – e empurra a explicação para a Sesau. Que de sua parte, devolve a bola para a Pró-Saúde.

Vigilante, no normal é aquela cara chato na porta do hospital regulando a entrada de acompanhante. Chato e necessário. Útil demais, em muitos, mas muitos casos.

Já estamos acostumados com o atendimento “meia boca” de tudo que é público na saúde. Estamos perigosamente caminhando para achar normal o atendimento deficitário nos planos de saúde que pagamos. Mas está passando da hora de um choque real na gestão da Saúde na esfera do Estado, tanto federal quanto estadual.

No ponto que estamos chegando está ficando difícil para muitos, a simples tarefa de sobreviver. Fácil, a gente sabe que não é. Mas existem duas esferas de poder precisando mostrar atitude: os mandatários, eleitos para dar solução aos nossos problemas, e os homens e mulheres de carreira jurídica, investidos da obrigação de defender os direitos difusos. Tá passando da hora.

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