Congresso retoma trabalhos: na pauta tocantinense, a troca de coordenação da bancada

Conversei no final de semana com o senador João Ribeiro(PR) sobre a troca de coordenação da bancada prevista para acontecer no retorno dos parlamentares tocantinenses à Brasília para abertura dos trabalhos legislativos do ano. Na segunda semana d...

Quem acompanhou o noticiário político no final do ano que passou já sabe: o senador João Ribeiro entregará a coordenação da bancada depois de mais de oito anos à frente da mesma. Na verdade, o senador ainda era deputado federal quando recebeu o bastão do então senador Eduardo Siqueira Campos(PSDB).

Foi um período profícuo na relação do Tocantins com o governo federal. No período em que o grupo do governador Siqueira Campos passou fora do Palácio Araguaia(exatos oito anos), Ribeiro soube se articular bem nos governos Lula e primeiro ano de governo Dilma.

Conhecedor dos caminhos para empenho e liberação de emendas, João Ribeiro(PR) liberou não só as suas, mas as emendas da bancada, com muito jogo de cintura e articulação, esta que lhe valeu relatoria no Orçamento da União, um trabalho árduo, que traz prestígio mas também desgaste a quem o faz.

Na conversa que tive por telefone com o senador no final de semana, Ribeiro reafirma o propósito de deixar o posto, já anunciado aos companheiros. O afastamento vem num momento que sucedeu desgastes pessoais com a senadora Kátia Abreu (uma discussão em torno da liberação da emenda do hospital de Gurupi), com o deputado Irajá Abreu(por causa da creche de Santa Terezinha) e com o deputado Laurez Moreira(por conta de uma indicação).

Nos bastidores, votos e preferências divididos

Nos bastidores a própria senadora, insatisfeita, e vivendo um momento de maior proximidade com o governo federal, teria prometido apoio ao deputado Ângelo Agnolin(PDT). Ela e o filho somam dois votos, com Agnolin já seriam três para começar.

Na outra ponta quem se movimenta é o deputado Lázaro Botelho (PP). “Foi o único que me procurou pedindo apoio até agora”, disse Ribeiro ao Site Roberta Tum. A tendência do senador é apoiar o grupo de parlamentares que o apoio, e isso inclui gregos e troianos, ou melhor: governistas e oposicionistas ao governo federal e ao governo do Estado.

O fato de ser oposição ao governo do Estado não impede que deputado algum seja coordenador da bancada. Nos últimos anos, Ribeiro trafegou ele próprio, em linha oposta a Marcelo Miranda, que governou 6 anos e meio. E isso não interferiu em seu trabalho. Por outro lado, a proximidade com o Planalto é importante, ajuda muito.

Ao retornar estas semanas, os deputados e senadores provavelmente começam esta discussão. Se houver disputa e divergência, num grupo de oito federais e três senadores, Laurez Moreira pode ser o fiel da balança, já que os votos estão mais ou menos equilibrados em 5( Kátia, Irajá, Vicentinho, Eduardo Gomes e Agnolin) de um lado e 5 de outro (Ribeiro, Hallum, Dorinha, Botelho e Coimbra). Sobra Laurez, que pode estar em qualquer grupo.

A conversa será retomada esta semana em Brasília e na próxima já poderemos ter definições. Um bom indicativo de composição de forças já no começo do ano.

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