Cresce desconforto em Brasília com a liberação de recursos de uns, "faturados" politicamente por outros

A habilidade de desempenhar bem seu papel, se relacionar bem com os companheiros e adversários, transitar nos corredores do poder na "corte" em Brasília, tem diferenciado ao longo dos anos os bons parlamentares, dos medianos. O alto do baix...

Quem é o parlamentar tocantinense que mais consegue carrear recursos para o Estado? João Ribeiro. Quem se relaciona melhor entre seus pares, sejam eles companheiros ou adversários? Eduardo Gomes. Quem se projeta melhor no cenário nacional e internacional? Kátia Abreu. Quem tem a preferência do governador para ser interlocutor dos interesses do Estado em Brasília? Vicentinho Alves.

Estas perguntas, que não querem calar, estão gerando um desconforto nos bastidores,entre representantes do eleitorado tocantinense importantes, cada um na esfera de atuação que encontrou em Brasília.

Assim como a ponte de Lajeado, que tem muitos pais, as emendas que a princípio têm um autor (e que na hora da liberação acabam ganhando impulso extra de outro) acabam ganhado outros “responsáveis” a dividir o mérito.

Uma das fontes de incômodo conforme uma fonte antecipou ontem ao Site Roberta Tum, gira em torno da forma como tem se movimentado e divulgado estas movimentações o mais novo senador tocantinense.

Ao anunciar comomérito seu liberação de recursos antigos, de 2009/2010, já que não houve liberação ainda das emendas de 2011, o senador estaria esbarrando em autores de emendas na Câmara, como é o caso dos colegas de parlamento Eduardo Gomes e da ex-deputada Nilmar Ruiz.

Correndo muito para ocupar espaços em Brasília, Vicentinho tem ainda o plus de ser sabidamente o preferido de Siqueira(que o prestigia a olhos vistos) entre os três senadores, resguardado pela permanência ao lado do velho líder mesmo no tempo das vacas magras.

Posto que para fazer justiça (crêem e sustentam alguns) deveria ser do federal Eduardo Gomes, que nunca disputou mandato fora da antiga União do Tocantins, diferente do portuense na década de 90.

A coisa toda tem funcionado mais ou menos assim: nos bastidores, e “em off”, o desconforto é visível. Mas em nome da boa relação entre os parlamentares da base da presidente (que em sua maioria são da mesma base no Estado), ninguém ataca a postura do outro formalmente.

Como política, principalmente em matéria de desagrado, é fogo de monturo, vale o registro: a movimentação de Vicentinho já acendeu o sinal amarelo entre alguns pares. Principalmente por que cada um quer levar o mérito pelas conquistas que incluiu em sua cota junto ao Planalto. No que têm todo direito.

Indiferente a tudo isto, Vicente segue com seu jeitinho tocantinense: empurra daqui, encosta dalí e vai se chegando. Neste jogo pode até ocupar espaço. Entre os mais antigos no entanto, a voz é corrente: só não pode empurrar muito. Para não ficar mal visto entre os seus.

Comentários (0)