Curraleiro sim, amador não...

Confira o que o jornalista, documentarista e consultor de marketing político Marcelo Silva, recém contratado para fazer a campanha do PP de Carlos Amastha na capital, tem a dizer sobre as eleições no Estado....

Para muitos, campanha eleitoral vale a articulação política. Para outros, o que decide é só dinheiro. Mais recentemente as campanhas ganharam o ingrediente jurídico, decisivo em alguns casos. Mas, desde a eleição Cristo x Barrabás a comunicação prevaleceu. Por mais que insistam em dizer que, no Tocantins a comunicação pouco influencia por causa do poder econômico, é difícil pra eu imaginar uma campanha sem mensagem, sem sentimento e sem um propósito.

Atuo em campanhas políticas no Tocantins desde 1990. Participei de todas, de alguma forma. Muitas vitoriosas e muitas derrotadas. Aprendi, acumulei informações, ajustei conceitos e pré-conceitos. O tempo passou, envelheci, estudei um pouco mais e adquiri uma certa tranquilidade para assumir responsabilidades cada vez maiores, no processo eleitoral.

Na última campanha eleitoral atuei como diretor de criação, contratado por Duda Mendonça, que dispensa apresentação. Nem considero que trabalhei. Foi um curso, um treinamento divertido com alguém que nasceu com o dom de enxergar além dos mortais. Duda era um estrangeiro numa sociedade ainda em formação. E, foi assim que ele se comportou. Como um estrangeiro, sem nunca expor a pretensão de que dominava o terreno. Ele dizia: “Isso não é obrigação minha. É obrigação de vocês que moram aqui”. E assim foi. Ele nos emprestou a técnica e nós lhe demos o sentimento. Funcionou. Siqueira Campos foi eleito.

Antes de nos deixar, ele reuniu a equipe, (formada por 90% de tocantinenses) e nos deu uma bronca, que soou como aula, um conselho bem dado, uma lição e nos fez um pedido: Acreditem em vocês. Acabem com esse complexo de vira-lata. Por sorte, estávamos gravando e posso aqui compartilhar com vocês o vídeo.

Pois bem. Por acreditar nas palavras de Duda Mendonça. Por nos sentirmos preparados para grandes desafios. Por entender que quem faz campanha no lugar onde vive, tem que, depois da eleição, olhar para a cara dos seus clientes, eleitores e amigos. Por ter a certeza que uma campanha política pode e deve retratar uma evolução social.

E, por fim, que o mercado local está suficientemente maduro para absorver esta responsabilidade, e assim, manter aqui o dinheiro movimentado numa campanha política, gerando empregos, gerando aprimoramento e permitindo mais transparência no processo.... reuni um grupo considerável de profissionais e estamos assumindo a responsabilidade de conduzir quatro campanhas majoritárias em municípios com exibição do programa eleitoral no rádio e na televisão, incluindo a Capital, Palmas, com o candidato Carlos Amastha.

Um desafio jamais assumido por um grupo local. Uma saudável loucura que, espero, se reverta num divisor de águas para o nosso combalido, mas resistente, mercado publicitário. Cada dia menos dependente das verbas públicas e cada dia mais profissionalizado. Devemos isso ao mercado. Devemos isso aos profissionais daqui e devemos isso à sociedade. Campanhas de alto nível, com contratos transparentes, custos realistas, sem acordos futuros. Uma relação comercial absolutamente normal, sem fantasias. Contrato, serviço, pagamento. Como manda a lei. Não pagou; nos acertamos na Justiça. Pagou; ninguém nos deve favores. Simples assim. Sem dramas, sem neuras, sem ressentimentos. Que vençam os melhores.

 

Marcelo Silva é jornalista, documentarista e consultor de marketing político.

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