O sinal de alerta com certeza já está aceso na bancada de oposição ao governo na Assembléia Legislativa desde a semana passada quando em dois dias, uma verdadeira reviravolta foi operada na dança de cadeiras que aconteceu no governo e na própria Casa. O governo já tem as condições, se quiser, de derrubar as contas dos dois ex-governadores peemedebistas.
As coisas ocorreram de forma tão inesperada, que a oposição foi pega de surpresa, demorando a perceber o alcance da jogada política que culminou na saída de Sandoval Cardoso, ex-peemedebista, para a Secretaria das Cidades, e a entrada de Jorge Frederico.
Nos bastidores da jogada
As duas nomeações, de Paulo Massuia e Raimundo Frota receberam elogios foram elogios por parte do ícone da oposição, Sargento Aragão, no final da manhã da quarta-feira, 7. Era o primeiro dia de Eduardo à frente da articulação política e institucional do governo.
Na tarde anterior, em sessão extraordinária, a proposta de Moreira, colocada em votação havia derrubado o ato da Mesa Diretora – em questionamento na justiça – que havia declarado vaga a primeira suplência, com a suposta “renúncia implícita” de Jorge Frederico.
O que ninguém imaginava, eram os desdobramentos que aquele dia ainda teria. O Diário Oficial, que circulou no começo da tarde, trouxe as nomeações de Eduardo nas Relações Institucionais, Vanda Paiva no Planejamento e Sandoval Cardoso nas Cidades.
Convocado antes, o suplente Jorge Frederico já se encontrava em Palmas para a posse na Assembléia Legislativa que aconteceu no começo da tarde. O presidente Raimundo Moreira destacou dois deputados para saudar e conduzir Jorge Frederico, Raimundo Palito(PP), da bancada de governo, e Eli Borges(PMDB). Justo o vice-presidente, que no exercício da presidência havia feito todo o possível para entregar a vaga ao companheiro de legenda, Ricardo Ayres.
Assumindo com a dívida de gratidão pelo mandato reconquistado, Frederico não economizou nos agradecimentos ao “padrinho” Eduardo, que – assim como Marcelo Miranda foi pessoalmente prestigiar Ricardo Ayres em sua posse - estava na Casa acompanhado de Marcelo Lélis e outros deputados para sacramentar as mudanças que ele mesmo arquitetou.
Resultados práticos das mudanças
Uma semana depois, fica claro que o governo tirou mais um deputado responsável por indicação de secretáris no governo Gaguim, da difícil tarefa de votar contra suas contas.
Conversando com gente influente da Assembléia Legislativa no final de semana, é perceptível que as coisas mudaram e muito na Casa. “O clima aqui é outro, e se quiser mesmo, o governo vai rejeitar as contas de Marcelo e Gaguim”, ouvi de alguém que detém o poder de voto.
A avaliação é que a vantagem que havia, por parte dos dois ex-governadores, desapareceu. No “seca bagaço” como se diz na roça, o bloco oposicionista está reduzido a oito deputados. Ao que tudo indica, uma oposição respeitável, e que deve permanecer unida na defesa dos seus interesses partidários, e na tarefa de fiscalizar o governo.
Mesmo assim, é uma oposição minoritária. O equilíbrio dos votos durou muito mais do que todos os analistas políticos mais otimistas esperavam se no começo do governo. Um ano e dois meses depois de sua posse, Siqueira finalmente acertou o passo no jogo político e passa a governar com o aval da Assembléia. Uma maioria que significa o poder de decidir sobre fatos que podem atrapalhar e muito, seus adversários políticos.
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