De olho em 2012, PSDB engorda base à custa da militância companheira e aliados tentam enfraquecer João Ribeiro

Esta semana está cheia de lances políticos interessantes. Nem parece que o mês é julho, temporada de praia, e ainda falta mais de um ano para as eleições. Na sequência de eventos marcados pelos partidos com a intenção de se fortalecerem para 2012, o ...

No final do ano passado e começo deste, fiz aqui algumas análises sobre a importância de cada aliado no processo eleitoral que terminou com a vitória do governador Siqueira Campos. Ela foi sucedida de um processo de escolha de secretariado que na prática, isolou os líderes e iniciou uma seleção “homem a homem” com base em critérios de utilidade técnica e política.

Num editorial especialmente polêmico, eu dizia entender que se estava montando um time no governo, com afinidade maior com o secretário de Planejamento Eduardo Siqueira, virtual candidato à sucessão do pai, como não é segredo para ninguém nas rodas políticas da capital. Uma pretensão legítima, e que tem mais chances de emplacar, quanto mais for conversada com os companheiros.

Pois olha aí mais um lance neste xadrez interessante.

No "top of mind" da lista de filiações ao tucanato de alta plumagem, assinou a ficha o secretário mais elogiado dos últimos meses, Jaime Café, da agricultura, que deixou o PR de seu companheiro de longas datas, senador João Ribeiro, para engrossar fileiras ao lado de sua esposa Karina, no partido que detém o comando do governo do Estado.

Assim lá na frente, se for preciso escolher, a escolha já foi feita, aqui atrás. Sem problemas.

Eleição de 2012 tem tudo a ver com 2014

A questão é que a disputa de 2012, que começa a ser organizada em quadros partidários agora, tem tudo a ver com 2014, embora não seja prudente antecipá-la. É uma coisa que não leva a vantagem a ninguém. Vejam só: quem disputou a eleição ao lado do governo, e literalmente “roeu o osso” numa campanha difícil, não tem por que cultivar problemas e inimizades logo no primeiro ano de governo, não é?

O senador João Ribeiro demonstra ter esta sabedoria. Não indicou secretários, não se tem notícia de ter indicado sub-secretários, foi à posse e não atacou o governo. De quebra desestimulou a filha, deputada estadual Luana Ribeiro a disputar as eleições pela presidência da Assembléia. Estava claro e anunciado que o governo se arriscaria com Raimundo Moreira, que de fato, tornou-se o presidente, naquela polêmica votação dos 13 a 11.

Mas por que volto no assunto agora? Por que o esvaziamento dos partidos da base está ficando nítido nos movimentos que são feitos na capital e no interior. Nos convites para que quem está na base, migre de legenda. Ora, para que seria se não para que ao final da disputa eleitoral do ano que vem o mapa político do Estado indique vantagem entre os prefeitos para o núcleo duro do governo?

Conquista de recursos incomoda muita gente...

Aí é que está. Se ficasse só nisto, ainda estaria de bom tamanho. Mas há algumas semanas tem se notado também uma visível movimentação para jogar o nome do senador do PR, no rol das denúncias sobre o mensalinho do seu partido, coisa que nem a Veja fez. E por que? A quem atenderia enfraquecer um senador reconhecido na alta corte em Brasília como um dos maiores carreadores de recursos do País? O resultado está aí: obras e obras de norte a sul do Estado continuam sendo conquistadas por Ribeiro.E há quem veja problemas nisso. Indício de irregularidade.

E há também quem desdenhe que são “só creches”. Ora tenha dó. Se um prefeito de capital sabe a diferença que faz uma creche a mais, imagine um lá do interior, naquelas cidades 0.6% na lsita do FPM. No evento de hoje, em que os convênios assinados são de recursos garantidos com muita interlocução política de Ribeiro para a capital, o senador (que está licenciado para tratar uma diabetes e reduzir peso) dá uma demonstração que desceu do palanque e ainda não subiu em outro.

Faz, neste ato, o que sempre fez: busca recursos para os municípios tocantinenses, com a competência de poucos. E o faz investido de mandato popular. Ainda que de licença por três meses.

Agora se isto desde já incomoda, é coisa de dar o que pensar. Será que no primeiro ano de um mandato de oito anos pela frente, João Ribeiro é o “inimigo” eleito pelo fogo amigo para ser esvaziado e combatido?

De verdade esta é uma orquestração que soa como uma destas coisas típicas de uma politicagem que precisa mesmo acabar no Tocantins.

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