Decisão do PT pode levar a três candidatos ao governo

Ontem em Brasília o prefeito Raul Filho (PT), reuniu-se com a direção nacional do PT para uma última conversa antes da data limite para desincompatibilização. Segundo apuramos, depois do dia 3, com o prefeito da Capital ou sem ele, o PT terá candidat...

Uma reunião com o presidente nacional do PT, Eduardo Dutra, com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha - articulador político do governo – mais o prefeito de Palmas, Raul Filho, o senador Sadi Cassol, e o ex-prefeito de Porto Nacional Paulo Mourão ontem em Brasília pôs fim à rodada de conversações em torno de uma possível candidatura de Raul ao governo do Estado.

Da direção nacional o prefeito de Palmas não ouviu mais a sugestão de sair candidato ao Senado, conforme apurou o Site Roberta Tum. “Nós vamos aguardar sua decisão Raul, para só depois voltar a falar do quadro sucessório no Tocantins, e do projeto do partido lá”, teria dito Dutra, com o aval de Padilha.

Candidatura ao governo

Uma fonte ouvida pelo Site RT garante que o PT terá candidato ao governo, ainda que não seja Raul. Por isso a presença de Paulo Mourão em todas as rodadas de conversações, além dos seminários promovidos pelo PT. A tendência do partido é lançar o ex-prefeito de Porto Nacional ao governo, caso Raul recue.

Se isto acontecer, a intenção do PT seria a de segurar de 10 a 12% dos votos e provocar o segundo turno nas eleições do Estado. A vantagem seria alavancar as proporcionais, fazendo deputados federais do estado. Atualmente o PT do Tocantins não tem nenhum.

Provocando o segundo turno, o partido teria condições de compor depois. “Se for só Siqueira e Gaguim, a gente entende que o ex-governador leva no primeiro turno”, confidenciou a fonte.

Tentando segurar o PR

A discussão entre o governador Gaguim e o ministro Alfredo Nascimento, presidente do PR ainda é o assunto em todas as rodas políticas. Depois de três dias ouvindo a mesma história, vou resumir. O bate boca aconteceu na base aérea em Brasília, antes da chegada do presidente Lula que embarcou para o Tocantins a fim de inaugurar trecho da ferrovia Norte-Sul.

Gaguim estava conversando com Ribeiro antes da chegada de Nascimento. O senador reclamava da cobrança de deputados estaduais do PMDB, publicada em nota da coluna Antena Ligada, do Jornal do Tocantins naquela manhã, a respeito de indicação de cargos. Gaguim teria dito a João que desconhecia a nota, e que queria seu apoio, mas que se ele (João) não o apoiasse, teria que liberar os deputados que foram para o PR com o compromisso de compor a base do governo.

Ribeiro teria dito a Gaguim que sua decisão já está tomada, que não ficará com o governo, e que os deputados deverão acompanhar a orientação do partido. Neste momento da conversa, o ministro chegou, e foi abordado pelo governador, que teria dito a Nascimento que queria sua ajuda para manter os deputados.

Presidente do partido, Nascimento disse ao governador que “quem manda no PR do Tocantins é o senador João Ribeiro”. Na réplica Gaguim teria emendado: “Já que o senhor não pode me ajudar, vou falar com o presidente Lula”. Neste momento o ministro teria se alterado e mandado o governador respeitá-lo, por que “Lula manda em muita coisa, mas no PR nacional mando eu, e no do Tocantins, manda o João”.

Gaguim não ouviu calado e respondeu em alta voz: “o senhor me respeite também”. Os ânimos alterados criaram um clima de constrangimento entre os presentes e o ministro saiu dizendo que vai redobrar a atenção com o Tocantins, onde não aceitará infidelidade partidária.

Não há clima, segundo os petistas ouvidos, para que o presidente Lula interfira no Estado forçando uma união dos partidos da base em torno do PMDB. Se este quadro se mantiver, o Tocantins pode ter três candidatos ao governo.

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