Delegado do Caso Everaldo deixa o inquérito e é transferido, mas autoria do disparo já é conhecida

O delegado Udson Guimarães que presidia o inquérito do Caso Everaldo, o almoxarife morto de frente a uma pizzaria na Capital, durante perseguição que a Polícia Militar fazia a assaltantes, está fora do caso. Segundo fontes do Site Roberta Tum, foi tr...

Foi transferido para Dianópolis – embora preferisse permanecer em Palmas – o delegado Hudson Guimarães, que presidia o inquérito que apura a morte do almoxarife Everaldo, morto supostamente por uma bala perdida, durante perseguição da polícia militar a assaltantes em plena avenida JK, no centro de Palmas.

Everaldo estava com a noiva, com quem tinha saído para comemorar uma gratificação recebida no Hotel Vitória, onde trabalhava há anos, no almoxarifado. Não era bandido. Ao contrário. Pelas características de rapaz trabalhador, fácil para fazer amigos, evangélico - bastante querido em seu bairro, o Jardim Taquari, na periferia da capital - sua morte ganhou proporções bem maiores. As proporções da injustiça que foi presenciada pelas testemunhas que viram seu corpo tombar, diante de afirmações de militares que se tratava de um bandido, que não merecia socorro.

Pois bem. A transferência anunciada do delegado Hudson, fez correr na cidade que esta seria uma tentativa de “abafar o caso”, num inquérito que já está com mais de 80 dias, como lembrou ontem, Luiz Armando Costa, em seu blog.

Fomos atrás de confirmar a informação. Na cúpula da Secretaria de Segurança a informação é outra. O delegado vinha passando por constantes problemas de saúde, que o forçaram a se ausentar durante o decorrer do inquérito. No último afastamento teria ficado em Goiás, cerca de 15 dias tratando de uma insistente dor de cabeça. E na volta teria manifestado intenção de deixar a DEIC. Daí sua transferência para o interior, uma vez que na capital sobram delegados.

Segundo a fonte, Udson foi aprovado há três anos para Tocantinópolis. E de Dianópolis estaria vindo um delegado para substituí-lo na DEIC, que é onde estão os casos mais complicados da capital. Lá, o delegado teria sido lotado pelo próprio secretário, bem impressionado por sua experiência anterior em Goiás.

Se há algo mais motivando a transferência do delegado, não se sabe, mas uma coisa é certa, afirma um interlocutor do governo: o caso Everaldo não será abafado.

Polícia civil já sabe quem atirou

O nome do atirador já teria sido identificado. Uma animação com a trajetória da bala teria sido encomendada e a conclusão do inquérito deve ser apresentada nos próximos dias à imprensa. De quarta, à sexta-feira, deveremos finalmente saber de fato, o que aconteceu naquela fatídica noite em que um inocente tombou, enquanto marginais eram perseguidos.

A solução deste caso, por envolver a polícia, é importante para devolver à sociedade a garantia de segurança nas ações militares e da devida punição aos erros ou exageros que possam ocorrer em prejuízo de vidas humanas durante ações de confronto.

Infelizmente ainda há quem, de tão comprometido em defender o governo, queira defender até a ocorrência de falhas trágicas e lamentáveis como esta, durante uma operação da Polícia Militar. É lamentável, por que o governo não precisa de defesas deste tipo. Ao contrário, parece estar disposto a enfrentar e corrigir os erros dentro de suas instituições.

Não sabemos quem estava errado, nem podemos afirmar quem disparou. De uma coisa apenas temos certeza: Everaldo estava certo. Terminava de jantar com a noiva e se preparava para ir para casa. Quem estava no lugar errado, na hora errada com uma atitude errada a ponto de efetuar um disparo difícil de ser esquecido ainda não teve o nome revelado. Mas terá.Não para ser execrado, mas para que este crime reste esclarecido. E pelo menos a família e os amigos do almoxarife possam ter devolvida, com a verdade, um pouco de paz.

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