A negociação teria se desenrolado em Gurupi, entre a esposa do desembargador, que estaria acompanhada pelo advogado Antonio Calçado, e o pai de Fábio, Itelvino Pisoni. Segundo depoimento registrado por Egon Just na Polícia Federal, o trato foi assim acordado “R$ 20 mil na véspera do natal, relativo ao salvo conduto, e R$ 30 mil quando do julgamento do HC”.
Um cheque em branco, de Liamar de Fátima, do Banco Real, com telefone da portadora no verso, teria sido apresentado como garantia do salvo conduto e posterior julgamento do mérito do HC. Egon Just, teria presenciado o segundo encontro, quando os R$ 20 mil iniciais foram pagos, ocasião na qual relata que o advogado Antonio Calçado teria pedido R$ 200 mil para atuar no feito ‘até a sentença de pronúncia”.
Em seu depoimento, Just afirmou à Polícia Federal ter conhecimento de que nova “negociata” teria sido feita envolvendo os desembargadores Liberato Póvoa e Carlos Souza, da mesma turma. Para cada um dos dois teriam sido pagos igualmente R$ 20 mil.
Celular com mensagens
O depoimento de Egon Just foi acompanhado da entrega de um celular antigo do advogado, em que estavam gravadas mensagens de texto supostamente trocadas com a esposa de Amado Cilton Rosa. A relação comercial entre Just e Itelvino teria sido rompida por falta de pagamento de dívidas.
À PF, Just disse ainda ter conhecimento de outros casos envolvendo supostas vendas de sentenças por parte de outros desembargadores. Em suas afirmações, o advogado afirmou que “todos os jurisdicionados com boas condições financeiras e causas de maior valor econômico eram procurados pelos envolvidos no esquema em prol de negociações.; que os pagamentos eram feitos em locais públicos; (...)que o pagamento sempre era exigido em espécie.
Depoimentos do mesmo mês implicam outros desembargadores em pagamentos de precatórios.
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