Deputados do DEM protocolam ofício contra Kátia e Oliveira no TRE

A crise deflagrada no DEM a partir da posição adotada pela senadora Kátia Abreu - contrária à forma como foi feito o acordo e a distribuição de cargos entre os deputados no governo Gaguim - ganhou mais um capítulo ontem, sexta-feira, 25, à tarde. Os ...

Um documento de duas laudas, protocolado na tarde de ontem, sexta-feira, 25, começou a selar o destino de três, dos quatro deputados estaduais que compõem a bancada Democrata na Assembléia Legislativa do Estado. Nele, os três elencam seu descontentamento, e formalizam uma queixa contra a condução dada pela direção regional do partido no Estado. As baterias se voltam contra a senadora Kátia Abreu e o deputado federal João Oliveira.

De um dos descontentes ouvi a seguinte frase: “O problema do DEM está no nome: Democratas. Isso não existe dentro do partido”. Um deputado me disse que o partido não se reúne para discutir as questões e tomar deliberações. “Depois do Rced nós não nos reunimos para discutir o assunto”, comentava ele numa roda esta semana.

Segundo os descontentes, a condução das conversações de apoio da senadora para que o governador interino fosse efetivado no mandato tampão teriam desandado quando a parte mais significativa do bolo ficou para o senador João Ribeiro (PR). As indicações de Ribeiro na Infra-Estrutura e no Dertins desagradaram Kátia, que só teria sido informada depois.

A participação de Ribeiro no governo por sua vez, teria sido consolidada num acordo feito em Brasília com a presença de Gaguim e a participação da ministra Dilma Roussef e do ministro dos Transportes. Os dois hipotecando apoio e recursos para o Tocantins no próximo ano, de forma a viabilizar o governo Gaguim. Como a via é de mão dupla, a contrapartida política seria o apoio em 2010 à candidata (ou candidato) de Lula na presidência, e ao pleito de Ribeiro ao governo do Estado.

O destino dos “democratas”

A rebelião dos deputados foi deflagrada com as declarações publicadas na imprensa nacional semana passada em que a senadora disse com todas as letras que a distribuição de cargos é “uma tentativa explícita de compra de votos”. O trio: Hallum, Agnolin e Paulo Roberto (o vice), se sentiu ferido diretamente, com a pecha de “vendedores de voto”.

Ao romper com Kátia Abreu e Oliveira, os três estão dando o primeiro passo para deixar o partido. Isto tem prazo para acontecer. É por esta razão que as nuvens espessas que se formaram no céu dos democratas esta semana podem desaguar em desfiliação em bloco na semana que vem.

O risco de que o partido tome os mandatos dos três deputados é grande. Esta semana no Rio de Janeiro, falando genericamente sobre os que pretendessem deixar o DEM, sem que o Congresso Nacional tenha aberto uma “janela” para isto, o presidente nacional da sigla foi enfático. O DEM vai atrás dos mandatos dos que o abandonarem.

Vamos esperar até quarta-feira, 30, para saber se os três descontentes estão prontos e dispostos a manter o acordo feito com Gaguim, sob a coordenação política de Ribeiro, mesmo que isto signifique sacrificar um ano de mandato. E ir às urnas ano que vem de novo, contando suas versões sobre o que de fato aconteceu para reduzir uma bancada que elegeu três deputados federais, e quatro estaduais, a um deputado em cada casa legislativa.

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