Deputados se solidarizam com Marcelo em momento de crise

Já era noite ontem, segunda-feira, 18, quando o governador Marcelo Miranda começou a receber deputados estaduais que foram visitá-lo no Palácio Araguaia para discutir com ele as repercussões da denúncia apresentada pela revista Veja, e repercutida em...

O clima de preocupação e abatimento que tomou conta do governo desde sábado, 16, quando circulou a reportagem da revista Veja começa a ser quebrado nesta terça-feira, 19, com a reação da bancada de apoio ao governo na Assembléia Legislativa. Defender o governo e o governador da enxurrada de acusações proferidas por uma ex-assessora, na PF, na Veja e ontem em entrevista exclusiva gravada em vídeo para o Portal CT está na pauta dos deputados governistas hoje na Casa.

O argumento é de que a ex-assessora produziu recibos de doações em dinheiro a eleitores ela mesma, enquanto trabalhava no gabinete da primeira-dama. Os documentos que apresenta para sustentar suas afirmações são estes recibos preenchidos à mão, e cópias de extratos bancários da empresa que ela própria confessa ter utilizado para superfaturar shows que atenderiam municípios do interior. A diferença é que ela diz que tudo que fez foi "a mando".

“Na verdade isso foi uma grande manipulação, articulada por setores da oposição que nós já conhecemos por estas práticas. É a palavra dela contra a nossa”, disse ontem o secretário de Comunicação Vieira de Melo. Tendo convivido de perto e desfrutado da amizade do governador e da primeira-dama, a denunciante tem ganhado credibilidade pela riqueza de detalhes que revela do cotidiano dos dois. Ontem, na entrevista exclusiva concedida em local ignorado, ela ameaça: “não mexam comigo, eu sei”.

A expectativa dos veículos de comunicação no Estado – os que não têm o privilégio de fontes ocultas para espetacularizar sua cobertura – é que o governo se posicione sobre o assunto. Durante todo dia de ontem, uma coletiva era esperada para dar resposta às principais questões abordadas por Ângela. A verdade é que a mídia se alimenta de escândalos, e o leitor em geral gosta. É ávido por detalhes, respostas, provas e contra provas.

Em nível nacional o escândalo das denúncias envolvendo o Tocantins disputa os holofotes da grande imprensa com o caixa dois da campanha da governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusis, estampado nas páginas da mesma edição da revista. Está aberta a temporada de “caça às bruxas”, e ninguém duvida que este material jornalístico terá efeito na formação de juízo dos ministros que vão julgar o processo de Marcelo Miranda no TSE.

Depois de um curto período de calmaria, em que o governo começava a se recompor para enfrentar o julgamento do Rced, a denúncia da ex-assessora na Veja, incentivada, facilitada ou organizada por setores da oposição, como sustenta o governo, foi muito ruim para a imagem do Tocantins.

Sem fugir do assunto, na noite de ontem, em entrevista à 96 FM, o ex-governador e deputado federal Moisés Avelino(PMDB), respondeu à pergunta feita por um ouvinte, que queria saber sua opinião sobre o assunto, e se achava que isso se refletiria sobre o PMDB. “Acho que toda denúncia deve ser apurada”, disse o deputado, “até porque a sociedade espera isso. Mas é preciso tomar cuidado. Denúncias contra políticos viraram febre no Brasil”.

Hoje na Assembléia Legislativa, caixa de ressonância dos diversos segmentos que representam a sociedade tocantinense, não há dúvida de que as denúncias irão repercutir. Depois de ser bombardeada por diversas matérias explorando detalhes e “novidades” sobre o mesmo assunto nos últimos três dias, a população espera ouvir o que tem a dizer o governo. Além das notas oficiais.

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