O Dia Nacional da Consciência Negra, 20 de novembro, será marcado por atividades alusivas ao combate ao racismo em todo o Tocantins. Em Palmas, as Faculdades Ceulp/Ulbra e Católica terão atividades sobre o tema durante todo o dia. Já a Universidade Federal do Tocantins (UFT) realizará ações nos campus de Palmas, Arraias e Tocantinópolis.
Em entrevista ao T1 Notícias o conselheiro nacional de Direitos Humanos e membro do Coletivo Nacional de Juventude Negra (Enegrecer), Cristian Ribas, disse que “não temos muito ou quase nada o que comemorar nessa data. Ainda estamos lutando pelo direito à vida e à liberdade da juventude negra. A chacina dos jovens de Belém nos coloca perplexos diante de uma situação perversa de racismo institucional, que também é uma realidade no estado do Tocantins”.
Ribas destacou que este mês acontece o “Novembro pela Vida”, movimento que mobiliza pessoas do país todo em prol da aprovação do “Projeto de Lei 4471/2012, que põe fim aos Autos de Resistência. Nossa pauta mais importante é o enfrentamento ao genocídio da juventude negra. Os Autos de Resistência são uma herança da Ditadura Militar que legitima vários tipos de violência. E hoje as principais vítimas da violência policial são jovens negros”.
Atividades
Desde o início da semana colégios da rede estadual vêm desenvolvendo atividades alusivas ao Dia da Consciência Negra. E no Sesc também houve ações e oficinas voltadas para esse assunto.
Nesta quinta-feira, 20, na Assembleia Legislativa haverá uma sessão especial em comemoração à data, fruto de um requerimento da deputada estadual Josi Nunes (PMDB). Não há atividades programadas na Câmara de Palmas voltadas ao tema.
Encrespa Tocantins
O Movimento Encrespa Tocantins realiza nesta quinta-feira várias oficinas de valorização do cabelo crespo. À tarde as integrantes do grupo farão palestra e oficina em Taquaruçu, na Escola Integral Sueli Reche.
À noite, a partir das 19 horas, no hall da Faculdade Católica localizada na Theotônio Segurado, o grupo fará oficinas de cuidados com cabelos crespos, penteados, amarração de lenços e turbantes e ainda maquiagem para a pele negra. Na Católica será realizada, ainda, uma palestra “Uma questão de identidade” que levantará uma discussão sobre a necessidade da valorização cultural e abrirá espaço para compartilhar histórias e vivências de superação do preconceito.
"Nosso movimento prega a autoafirmação e valorização do cabelo crespo para quebrar os estereótipos negativos que existem na sociedade. Ainda temos que romper essas barreiras, porque esse conceito disseminado de que existe cabelo ruim e cabelo ruim afeta a formação da identidade principalmente de nossas crianças”, disse a coordenadora do movimento, Maria José Cotrim.
O Movimento vai expandir as atividades para levar as discussões para escolas e principalmente bairros da Capital além de eventos previstos em outros municípios. O grupo socializa diariamente mensagens, dicas e sugestões através da página no Facebook Crespas.TO que é também um importante canal de comunicação com as participantes.
(Atualizada com novas informações às 8h45 do dia 20/11)
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