Encontrei dia destes com o presidente da OAB, Ercílio Bezerra, que tenho o costume de chamar de “doutor” por força do hábito que envolve advogados e médicos. Entre as centenas de emails que recebemos na redação do site todos os dias, não tem chegado informações sobre sua chapa na disputa da Ordem. Presidente e candidato à reeleição, ele foi o primeiro a colocar o nome na disputa. Do lançamento de sua postulação – divulgada como um movimento dos conselheiros - nasceram divergências e outras duas chapas foram colocadas.
Perguntado ao presidente e candidato como está a campanha, já que temos interesse em promover um debate no rádio, ele me respondeu: “Mas nem terminou o prazo para registro ainda”. É verdade. Mas independente disto, a campanha da OAB ganhou literalmente as ruas. Está em faixas afixadas em imóveis com frente para avenidas, está nos adesivos de carro, na promoção de shows e lançamentos de candidaturas, e está na Internet todos os dias.
Além de Ercílio Bezerra, concorre Júlio Solimar, com o apoio do ex-presidente Luciano Ayres, cujo grupo Bezerra venceu na última disputa. Correndo por fora da raia sem grande estrutura está o advogado Gedeon Pitaluga, representando a ala jovem e rebelde, que também foi às avenidas com seu banner pedindo “transparência e ética” na disputa.
No Baile do Rubi, Solimar recebeu os convivas com flores e um cartão, “do amigo, Júlio Solimar”. No seu lançamento de campanha uma peça teatral trouxe um personagem com nome fazendo paródia ao do atual presidente. Antes mesmo da disputa estar oficialmente deflagrada, a agressividade é grande na busca pelo voto dos advogados tocantinenses.
CRC em pé de guerra
Ao publicar um release da assessoria do contador Dete Nunes, amigo e pioneiro em Palmas, recebemos uma enxurrada de emails com comentários, favoráveis a ele, e alguns extremamente agressivos à chapa adversária, que representa o grupo atual à frente do Conselho. Encabeçando a chapa 1 está a também amiga, que já prestou serviços à nossa empresa, contadora Vânia Labres.
Esta última, preocupada com o tom depreciativo de alguns comentários me telefonou. Na campanha do CRC sobram acusações de improbidade administrativa, críticas de abandono dos interesses da categoria e o clima está pra lá de quente. Parece segundo turno de eleição ao governo. Não é de se estranhar que apareçam dossiês nos próximos dias.
Num estado eminentemente político, em que tudo é motivo para guerra “até as últimas conseqüências”, é bom pensar, parar e pesar os prós e contras de tamanha passionalidade.
O debate é bom, é válido, é saudável. Todos devem ter o direito garantido de lutar com todas as forças e estratégias (legais) para chegar à vitória na busca por espaço. Mas sempre com princípios.
Do embate que já vejo surgindo forte nestas duas categorias,advogados e contadores, fica a pergunta: por que estas duas disputas chegaram tão agressivas assim?
A impressão que me resta é que estes espaços acabaram se tornando prévias na disputa de grupos maiores, com interesses que vão além simplesmente de representar demandas desta ou daquela categoria. Fica parecendo que são marcos, para que esta ou aquela força política possa ter nestas entidades, no futuro, uma base de apoio. Tomara que o futuro nos mostre que esta é apenas uma impressão, e nada mais.
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