A surpresa tomou conta dos leitores – atentos e desatentos ao processo - com o desenho das duas chapas que já se tem certas para disputar as eleições em Palmas.
João Ribeiro, que ajudou a eleger o governador Siqueira Campos, e vinha insatisfeito com várias situações dentro do governo - especialmente com o tratamento recebido – cumpriu o que vinha prometendo fazer em Palmas. E conseguiu, atraindo o mais flexível dos partidos resistentes da base de Raul Filho – o PSB – compor uma chapa com condições mínimas para lançar o nome da filha, deputada Luana Ribeiro, na disputa.
Se recuasse, Ribeiro cairia no descrédito por parte dos parceiros que quer ter lá na frente, em 2014, na construção de uma possível candidatura ao governo. Mantendo a promessa que fez a Luana, e consolidando a aliança com Raul, Ribeiro deu um passo à frente para reunir em torno de si os que não quiserem marchar com Siqueira lá na frente.
É de fato um grande passo para o senador. Luana, por sua vez, só tem a crescer nesta disputa. Se souber lutar o bom combate, construir uma campanha positiva, vai sair maior do que entrou, seja qual for o resultado das urnas.
Marcelo, protagonista da sua história
No outro front, Marcelo Lélis, tornou-se protagonista da sua história, ao ter a iniciativa de se movimentar atrás de todos - todos – os pré-candidatos, construindo pontes de aproximação que permitissem ampliar sua chapa.
É inegável que teve o suporte, nos bastidores, do experiente Eduardo Siqueira Campos, avalisando os acordos políticos. Dizem que a composição do PMDB com Lélis passa também por um acerto na composição da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa nos próximos dias. Veremos.
O fato é que Marcelo Lélis buscou um por um, e ao bater na porta do PMDB, encontrou um partido literalmente fragilizado pela indefinição dos seus líderes.
Nas últimas semanas assistimos o PMDB literalmente minar a pré-candidatura do deputado Eli Borges. Primeiro foi o “tsunami”Gaguim, que surgiu como um coringa no processo eleitoral, virou tudo de cabeça para baixo, e saiu como entrou: sem admitir que em algum momento tinha sido candidato.
Uns crescem, outros diminuem
Sobre o PMDB, vale uma análise à parte, mas algumas verdades soam incontestáveis nesta manhã de quinta-feira, 28, em que pode-se esperar mais pela frente. Afinal tem Carlos Amashta e seu PP, tem Edna Agnolin e seu PDT, tem o próprio PC do B, que começou o namoro com uns e pode terminar se casando com outros.
O que ouvi ontem de alguns desiludidos peemedebistas é que faltou o ex-governador Marcelo Miranda pulso e senso de oportunidade para bater na mesa antes, se quisesse influenciar na sucessão da capital, de fato.
Isolado da decisão, Marcelo foi informado ontem à noite do rumo para o qual o PMDB iria. Se confirmada a decisão, disse ele, não subirá no palanque de Lélis e Cirlene. Pois está confirmada.
A questão que se coloca agora é: quanto do PMDB vai seguir nesta composição, e quanto do PMDB ficará fora do cenário, ou se arriscará subir no outro palanque, de Luana, João e Raul? O tempo nos dirá.
Ao final de todas as articulações, dois gigantes se fortalecem na arte de fazer política no Tocantins: O primeiro é João Ribeiro, por ter assumido o papel de líder que Raul não assumiu e chamado para si a responsabilidade de construir o destino que deseja para si e seu grupo, agora e em 2014.
Ele cumpriu a promessa ao dizer que estava doente, mas não estava morto, e que Luana não ficaria sozinha nestas eleições em Palmas. É um homem de palavra.
O segundo é Eduardo Siqueira, sem dúvida. Estrategista, ele ressurge no cenário político como o herdeiro do espólio do pai. E mostra que não terá preconceitos em quebrar paradigmas, construindo para o futuro, “um novo mundo”. Sem os velhos ressentimentos que definiam os palanques até aqui.
Quem disputará as eleições este ano? Luana e Marcelo Lélis. Talvez com um terceiro candidato - o que seria excelente para o nível do debate – a ser definido até o final da semana.
Mas na prática, sejam bem vindos à 2014. O ano que já começou.
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