E agora, quem vai proteger os adolescentes?

Confira o que Yanna Barbosa diz sobre a queda da Portaria do Toque de Recolher. O pedido foi feito pelo MPE. "Lugar de criança e adolescente, independente de classe social , é em casa"...

Sinceramente, foi um choque quando ouvi da minha filha de 15 anos, que comemorava o fim do “toque de recolher, todas as argumentações do Ministério Público para reverter a Portaria que limitava o direito de crianças e adolescentes.

Por alguns meses, até mesmo por intermédio dos meus filhos, que respeitavam uma decisão séria, por mais vícios legais que tivesse, me senti resguardada e protegida em relação a eles.

E, como num passe de mágica, o próprio Ministério Público que é quem deveria levantar essa bandeira, me fala em procedimentos processuais, em “poder familiar” para garantir “liberdade a adolescentes. Ora, perdoe-me o termo, mas “me poupem”!

Numa época em que o crack está se espalhando como um vírus, numa época de total liberdade de informação e sobre tudo, numa época em que pais e mães chegam a ter três empregos para oferecer uma boa instrução para seus filhos, alguém falar em “poder familiar”...é muito! É completamente fora da realidade.

Por “poder familiar” entendo o direito de agir, mandar, obrigar, oferecer educação de qualidade, ensinar princípios e não se prender ao poder tolido de sair ou não com seus filhos de madrugada.

Lugar de criança e adolescente, independente de classe social , é em casa. Sob os braços do “poder familiar”, e não nas ruas gozando de uma liberdade que eles estão longe de adquirir, até mesmo legalmente.

Sinceramente, acho que a questão tornou-se muito mais de teor institucional do que moral. A preocupação com competências foi maior do que com a tranqüilidade de centenas de pais que buscam numa instituição séria como o Ministério Público um apoio na criação de seus filhos.

Além da alegria de vários jovens, da esperança renovada de comerciantes que burlam a lei e vendem bebidas alcoólicas para menores, e da sensação de vitória de traficantes, é quase que total a insatisfação popular quanto a essa medida.

Espero sinceramente, que o próprio Ministério Público reveja essa posição. Para nós, não importa a Portaria, a maneira como vai acontecer não altera. Só não acho que seja hora de defender direitos de adolescentes, mas sim, hora de protegê-los das drogas, do álccol e das ruas. Já que a medida foi ilegal, que pensem vocês, numa maneira “legal” de ajudar pais, mães e adolescentes que esperam um futuro melhor.

Comentários (0)