É "nóis, mano" à mercê dos bandidos

A bandidagem tomou conta das ruas da Capital neste final de ano. Filas de carros com os vidros quebrados pelas duplas de meliantes em motos escuras - normalmente que foram roubadas nos dias anteriores - e assaltos à mão armada na saída de bancos.Muit...

Vou aproveitar o final de semana para dar um tempo na pauta política e falar da vida na cidade que já foi mais tranqüila: Palmas está tomada pela ação ousada dos assaltantes e ladrões, à luz do dia. Não vou me amparar nos dados estatísticos: eles estão pra lá de furados.

Só pra dar um exemplo: um jornalista, emprestou o carro para um amigo, que parou estacionado na antiga Arse 12, num dos dias do final de ano, à noite. O carro tem alarme, e o som do disparo fez com que todo o grupo corresse para a rua a tempo de ver dois indivíduos em cima de uma moto preta, sumindo na rua. O assalto durou coisa de dois minutos. Serviço de profissional.

No dia seguinte o dono do carro foi trocar o vidro quebrado numa oficina da Capital. Tinha doze - exatamente isso: 12 - veículos na frente do seu para fazer o mesmo serviço. Só que eles não aparecem nas estatísticas.

Uma amiga teve que acompanhar um parente num atendimento de emergência no HGP no final de semana do ano novo. O médico, conhecido dela que estava no plantão, fez um comentário: já tinha atendido 22 ferimentos à faca. Difícil para um médico errar uma conta destas. Mas na estatística, constam 13 ferimentos com arma branca.

À mão armada, de moto preta

Parece coisa de cinema, mas é pura realidade. Os bandidos, armados e com o rosto protegido por capacetes, estão agindo à luz do dia, com suas motos pretas (a maioria roubadas). Abordam pessoas que são escolhidas nas filas de banco, e que têm quantias significativas em dinheiro. Aconteceu com uma amiga que levava R$ 6 mil reais para a empresa onde trabalha. Arma na cabeça, e um trauma que ela não vai esquecer.

Na Central de Flagrantes, logo após o Ano Novo, a informação era de 5 motos apreendidas. Todas pretas, 3 da marca Honda, modelo Fan. Mas o trabalho de recuperação de veículos e objetos roubados, por mais que continue acontecendo, não vence o ritmo acelerado em que os marginais trabalham.

Bandido demais, polícia de menos

A mim o que parece, é que é bandido demais para polícia de menos. Senão, vamos fazer só algumas perguntas básicas:

- Já que os assaltantes estão agindo nos bancos, por que a polícia, disfarçada, também não está por lá?

- Se a onda de criminalidade aumentou tanto, e isso é inegável, por que não aumentou também o policiamento nas ruas?

Será que falta pessoal? Por que se falta, é política de governo garantir a segurança pública, não só em Palmas, mas também no interior. Sempre defendi que o “Estado” brasileiro deve dar conta dos seus três deveres constitucionais básicos: Saúde, Educação e Segurança. E deixar o mais com a iniciativa privada.

O cidadão contra o crime

Nas ocorrências registradas e relatadas em matérias policiais no Site RT nesta primeira semana do mês de janeiro, algumas me chamaram a atenção: um cidadão que teve seu Eco Sport levado à luz do dia por duas duplas de motoqueiros, uma loja assaltada na 404 Norte, e outra em Taquaralto. Nas Arnos os ladrões levaram R$ 73 mil reais.

Mas em Taquaralto, o comerciante, intimidado por uma arma branca (faca), entregou os R$ 62,,00 (sessenta e dois reais) que tinha no caixa. Inconformado, correu atrás do bandido pela avenida. Imobilizou o sujeito, com a ajuda de vizinhos. Recuperou o dinheiro e ficou com o meliante preso até a polícia chegar. 

A reação do cidadão contra o bandido, na maioria dos casos não tem final feliz, e é motivo de alerta da polícia nas normas de segurança: perca o dinheiro, perca o carro, mas não perca a vida. 

Às vésperas de completar 19 anos em Palmas, estou inconformada com a onda de violência e a forma como estamos todos reféns dentro de casa. Os bandidos estão nas ruas, e o Estado não está conseguindo nos dar a sensação de segurança que nossos impostos supostamente deveriam garantir.

Infelizmente, nesses dias turbulentos somos todos nós, “mano”, à mercê da bandidagem.

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