Edna Agnolin: "é possível estarmos todos juntos em 2010"

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Numa entrevista exclusiva ao Blog da Tum na manhã desta quarta-feira, 26, a vice-prefeita eleita Edna Agnolin(PDT) falou do aumento indireto no IPTU, avaliou o processo político eleitoral em que responsabiliza a candidata da Aliança da Vitória e não o DEM pelo abandono de políticos importantes à campanha governista: "Os políticos não deixaram o palanque do DEM por causa da senadora, mas por causa da candidata". Edna disse ainda que em política nada é impossível e que o PMDB, como partido da base aliada do presidente Lula poderá estar na mesma chapa que PT, PDT e até PR em 2010. Confira.

Vereadora, esses projetos impopulares, como a planta de valores genéricos em votação logo após um processo eleitoral não fica ruim para a imagem da chapa que acaba de ser eleita?

Edna Agnolin - A planta ainda vai ser bem disctida, acredito que vamos chegar a um consenso que fique bom para todos.

Mas aumento indireto de impostos, após uma campanha em que se fez um compromisso de não aumenar a carga tributária não fica ruim para a imagem?

Edna - Não houve este compromisso na campanha. E não é um aumento de impostos. A planilha está defasada e precisa ser corrigida. Os gestores anteriores não conseguiram fazer isso.

E não é possível fazer esta correção sem impacto nos impostos, no bolso do contribuinte?

Edna - É possível sim. Se fizermos de forma gradativa, parcelando os 50% ao longo dos próximos anos. Bem, isto é uma idéia que eu tenho. O importante é que a defasagem seja corrigida, temos que chegar pelo menos próximo aovalor venal. Essa diferença é o câncer de Palmas desde a época do prefeito Eduardo.

Na mudança de governo Raul, como está a discussão da divisão de cargos entre os partidos que fizeram composição?

Edna -  Uma coisa é certa: todos os partidos que compuseram conosco terão sua participação no novo governo. No próximo dia 05 começam as conversações, e em janeiro já com a equipe nova.

A senhora será prefeita por dois anos conforme acordado, este acordo será cumprido?

Edna - Não existe este acordo para que eu assuma dois anos. Serei vice-prefeita. A possibilidade de assumir dependerá muito do quadro político em 2010.

Mas a senhora não será uma vice nos moldes antigos, pelo que se sabe terá gabinete forte e participação no governo?

Edna - Com certeza. O Raul quer que eu tenha esta participação mais ativa. Não serei secretária, mas na condição de vice vou coordenar e acompanhar de perto estas secretarias que têm a função de industrializar, gerar empregos. Temos como meta implantar o pólo de confecções em Palmas, este é um compromisso nosso, e Palmas terá uma grande resposta neste sentido. Surpresas virão no campo da qualificação profissional, este é um compromisso meu. Hoje se você for ao  Sine tem vagas, mas falta profissional qualificado. Temos que resolver isto.

Depois desta ruptura ocorrida nas eleições com o grupo político ao qual a senhora pertencia, ligado ao governo,existe a possibilidade de retomada de uma composição?

Edna - Eu aprendi uma coisa em política. É que em política tudo é possível.Eu tenho uma boa relação com o governador Marcelo Miranda, e especialmente com o Dr. Brito Miranda, que inclusive é meu padrinho. Ajudei muito no processo de reeleição do governador, contra o ex-governador Siqueira Campos. Acredito que isso não foi esquecido. E institucionalmenteo governo é parceiro da prefeitura da capital e acredito que isto não será diferente. Ainda mais com uma vice que foi companheira nas horas difíceis.

A senhora respondeu sob o aspecto institucional. E no campo político, é possível que estejam todos juntos novamente em 2010?

Edna - Sim, é possível. O PMDB é da base do presidente Lula, assim como o PR. Não tem nada que seja tão difícil de acomodar.

Sobraram mágoas neste processo?

Edna -  Não. Eu particularmente não fiquei magoada. Num processo político não cabem mágoas de nenhum dos lados.

Algumas avaliações feitas por políticos e marqueteiros concluem que qualquer candidato do DEM perderia as eleições em Palmas, e que os políticos deixaram o palanque da Aliança da Vitória para não fortalecer a senadora Kátia Abreu. A senhora acredita nisto?

Edna - Não. Não foi o partido que o povo julgou e avaliou. Se fosse assim, o PV que é um partido pequeno e que era quase inexpressivo a nível nacional não teria o desempenho que teve. Acho que os problemas e os méritos foram dos candidatos. Os políticos não deixaram o palanque do DEM por causa da senadora, mas por causa da candidata.

Eu mesma me senti a vontade para seguir meu caminho depois que o governador fez a opção pela sua candidata, pois eu não teria condições para apoiá-la. Os candidatos a vice também foram avaliados. Após a minha escolha por exemplo, nossa chapa cresceu nove pontos. Eu sinceramente não sei, com os resultados das qualitativas que eu mesma tive em mãos, não entendo como se chegou à decisão da Nilmar como candidata. Mas com certeza não foi o partido o fator determinante do resultado da eleição.

roberta@blogdatum.com

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