Eleição indireta provocaria partidos a indicar candidatos

A bolsa de apostas em torno do julgamento do Rced - Recurso contra expedição de diploma - do governador Marcelo Miranda (PMDB), não pára e as especulações de datas e possíveis resultados ganharam novos contornos após as declarações de Aires Brito: em...

A verdade é que a experiência de cassação de dois governadores, na Paraíba e no Maranhão teve repercussões nos dois estados que não passam desapercebidas e já começam a ter eco no tribunal. A unanimidade em torno da cassação de Cássio Cunha Lima, que não se repetiu no caso de Jackson Lago, também é vista como um indicativo. Os ministros do Supremo já começam a questionar o fato de que, ao cassar o candidato que se sagrou vitorioso nas urnas, dando o poder a quem perdeu as eleições, nem sempre estão fazendo justiça. Até por que a lisura do comportamento do segundo colocado não é julgada ao mesmo tempo, para saber se não utilizou-se dos mesmos métodos, considerados ilegais.

Mas, a parte a questão de mérito do julgamento do governador Marcelo Miranda, resta saber o que aconteceria ao Tocantins no caso de uma cassação. Contrariando a primeira versão de bastidores de que apenas os deputados estaduais poderiam concorrer ao governo, cresce no meio jurídico, e principalmente entre os assessores jurídicos dos partidos, a interpretação de que qualquer um pode ser candidato. Desde que passe por uma convenção convocada para este fim. Neste cenário, cada partido indicaria seu nome, permitindo também a formação de novas alianças, diferentes das que foram formadas para a disputa de 2006.

Se este entendimento prevalecer, ainda que o presidente da Assembléia Legislativa assuma temporariamente o poder, para convocar novas eleições indiretas, o leque de opções se abre além dos 24 nomes que compõem a Casa hoje. Isto permitiria por exemplo, que deputados federais, senadores e até quem não tem mandato dispute o mandato tampão de governador.

A questão é que para ser candidato, o pretendente precisaria ter seu nome referendado pelos partidos. Manter as alianças ou formar outras, passaria a ser uma opção dos partidos, Neste novo quadro, PMDB e DEM permaneceriam juntos? PR, PT, PDT e PTB se uniriam? Resta esperar as cenas dos próximos capítulos de uma novela que já se arrasta há quase dois anos e meio. E que pode ter um resultado diferente, quebrando a seqüência de cassações de governadores que temos assistido ultimamente.

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