Eli Borges queria ser prefeito de Palmas no próximo ano. Construiu uma candidatura no PMDB, seu partido. Não decolou nas pesquisas de opinião. Não conquistou o apoio do governo. Não venceu a imagem de sectarismo que ficou ao seu redor nos anos de atuação na vida pública.Eli perdeu a convenção para o grupo do PMDB do governo.
Nesta sexta-feira, 01,o deputado discursando contra "os inimigos da democracia" no palanque de Raul, foi o maior trunfo exibido pela campanha à reeleição do prefeito, na inauguração do comitê do 13. Uma adesão já esperada, e que veio na hora certa: após a liberação pela executiva municipal, presidida pelo próprio ex-candidato, para que seus membros apoiem quem quiser. Isto quer dizer: para que possam deixar de apoiar, sem punição, a chapa que tem o PMDB de vice.
Quem conhece a história do PMDB no Tocantins sabe que o partido sempre foi complicado, multifacetado. Uns chamam isto de democracia, outros de desunião. A verdade é que não é a primeira vez que o PMDB racha.Já aconteceu quando João Cruz era o candidato à sucessão de Moisés Avelino, do PMDB, e perdeu a eleição.
Há muito tempo que o PMDB não se entende. A chegada ao poder através da filiação de Marcelo Miranda e seu rompimento com a União do Tocantins, não acalmou o partido. Pelo contrário, atiçou a sede por poder, cargos, influência no governo. Há pouco tempo era possível ler declarações do vice-prefeito, Derval de Paiva, hoje investido do cargo de prefeito, criticando Raul.Derval, com a franqueza que lhe é peculiar, denunciava o desprestígio do PMDB na prefeitura.Quando foi mesmo que isto mudou?
Eli Borges também parecia adversário irreversível de Raul Filho. Estava magoado com o prefeito. Isto por que Eli quis, Eli pediu, e Eli não conseguiu a secretaria municipal de agricultura para seu irmão há cerca de dois anos. Agora estão todos no mesmo palanque. Nele, Derval mandou recado para Marcelo, disse que o governador "vai se arrepender" da sua escolha.
A turma de Eli parece provar que na política da capital não há adversário tão irreversível assim. No embola-embola das eleições de Palmas, Raul e Edna deram uma demonstração de força na abertura de seu comitê. A força da máquina e a face da mágoa dos que foram preteridos no apoio do governo.
Eles acreditam que apesar de figurar em terceiro lugar nas pesquisas, os últimos serão os primeiros.
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