Nunca antes na história deste Estado, o PT reuniu tantas condições de ter um candidato competitivo ao governo do Tocantins. Raul Filho, prefeito da capital, é este nome. Sabedores disso, dirigentes do partido têm trabalhado para criar as condições favoráveis para que Raul deixe a prefeitura e encare o desafio de enfrentar ninguém menos que o ex-governador Siqueira Campos, primeirão nas pesquisas.
Nos bastidores fala-se muito numa certa pesquisa Serpes, encomendada e paga pelo senador João Ribeiro (PR), para consumo interno, em que os três: Gaguim, Ribeiro e Raul estão empatados tecnicamente, com um ponto percentual de diferença entre cada. A legislação não permite sua divulgação e por isso, não vamos falar em números.
O que Raul provavelmente trará de Brasília é a convicção de que Ribeiro ficará com Siqueira. Nos últimos dias que separam esta quinta-feira da última, em que a nota do senador foi divulgada, muita coisa aconteceu. Inclusive um encontro do senador com os interlocutores do ex-governador em Brasília. E a saída de Marcello Lélis do governo.
Bom para alguns, péssimo para outros
A decisão de Ribeiro - caso se confirme conforme é esperada - é boa para alguns e péssima para outros. Se não apoiar Raul para o governo, mantém ao seu lado o PV do deputado Marcello Lélis, que já decidiu retornar à União do Tocantins. Outra parlamentar apontada como dificuldade para o apoio a Raul é a deputada federal Nilmar Ruiz, que chegou em terceiro na disputa contra o petista pela capital em 2008. Embora ninguém possa dizer ao certo o que é mais difícil para ela: palanque com Raul, ou palanque com Kátia.
O que pode parecer bom para uns, é desastre completo para outros. Quem imagina os deputados Stálin Bucar e Paulo Roberto candidatos a reeleição no palanque de Siqueira? Ainda mais depois das últimas críticas ferrenhas destiladas do alto da tribuna da Assembléia Legislativa. Os dois são mais Gaguistas do que nunca.
Bom mesmo para todo o grupo de Ribeiro teria sido permanecer com o governador Carlos Gaguim, onde já se encontravam acomodados. Esta hipótese - insiste gente próxima do governador - ainda não está de todo descartada. Mas pode ser apenas esperança.Depois da nota e de suas movimentações, Ribeiro criou uma situação que pode gerar desconfiança na base Gaguista, ainda que no fim – hipótese que considero remota - ele fique.
O momento do PT
Voltando a Raul, o momento é muito favorável ao crescimento de um projeto petista de governo. Mas é ilusão imaginar, como tenho ouvido, que se não for o prefeito de Palmas, “outro nome poderá disputar o governo”. É verdade que o PT tem bons quadros. Mas nenhum com o histórico, experiência administrativa e consistência eleitoral de Raul.
Do vereador Ivory de Lira, líder da bancada do prefeito na Câmara Municipal ouvi uma informação importante: não existe projeto para lançar Raul Senador. Este seria mais um balão de ensaio. Assim como a insistente sugestão de lançar Solange Duailibe a vice de um candidato do PMDB.
O anúncio da decisão de Raul tem data marcada para acontecer: é dia 20 próximo. Até lá, o PT e o próprio prefeito medem os fatores que podem interferir no rumo da história desta eleição. Tudo indica que Raul volta de Brasília convencido de que marchará sem João. Mas como ele próprio disse em Dianópolis no domingo, “o PT está acostumado a fazer enfrentamentos sozinho”. Nem tão só. Na bagagem já traz o PDT, o PTN, boas chances de ter o PSB e pode recompor a frente dos pequenos partidos em torno de si.
O PMDB de Carlos Gaguim, com a caneta na mão e na liderança do processo, é que está precisando agir rápido. Mesmo que a legislação impeça o governador de dizer agora que pretende disputar a reeleição, o partido deveria sinalizar ao certo para onde vai. Para não confundir mais ainda a cabeça do eleitor nestes dias vem que tudo parece possível para aquele que crê. Até o velho "pemba" fechar chapa com Siqueira.
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