Falando para um plenário lotado por lideranças e companheiros que não desistiram de acompanhá-lo à frente da União do Tocantins, o velho Siqueira ressurgiu no cenário político do Estado com a força de um leão neste final de tarde e começo de noite de sábado, 26 de setembro. “Estou muito preocupado. Eu não tenho compromisso nenhum com eleição indireta”, começou o ex-governador.
Falando em tom ameno, Siqueira fez um histórico dos atos que considerou danosos para o Estado, no governo de Marcelo Miranda, cujo nome não citou. O ex-governador se referiu ao fim do programa Força Jovem, ao desmantelamento do programa Pioneiros Mirins, e também ao fim do Amigos do Meio Ambiente, na Capital.
Criticando os ex-companheiros, que decidiram fazer composição com o governo interino, Siqueira Campos foi duro: “Não aceito companheiro meu fazendo compromisso para estes cambalachos que estão acontecendo aí. Quem julga é o povo e Deus, não eu”.
Mais adiante, o ex-governador mandou recado direto: “Não vou ajudar ninguém neste processo espúrio. Não aceito que comprometam o nome da União do Tocantins, e nem o meu nome. Quem quiser participar dos seus compadrios façam em seu nome. Estão liberados e por favor se desliguem, por favor se desliguem!”, bradou, interrompido por aplausos.
Candidato em 2010
Instado pelos companheiros que o antecederam a buscar o caminho de volta ao Palácio Araguaia, Siqueira respondeu positivamente. “Se eu quero voltar ao poder? É claro que eu quero, mas caminhando em cada cidade, em cada rua, reunindo o povo nas ruas, nas praças, para que o povo possa decidir”, garantiu o ex-governador.
Siqueira lembrou que teve apoio popular, mas argumentou que sua eleição foi roubada. “A jóia que me roubaram o poder judiciário mandou punir o ladrão, mas não mandou me devolver”, disse ele, arrancando novos aplausos do plenário lotado.
Sobre o governo cassado, Siqueira não poupou críticas, e disse que quer voltar. “ Eu vou para o governo do nosso amado Estado do Tocantins, cumprir, talvez concluir nossa missão. Com fé eu vou. Não esperem que eu seja um governador bonzinho, mas não tenham medo que eu seja um governador mal, por que eu serei com a graça de Deus, um governador justo”, declarou.
Contra intervenção
Num dos pontos mais inusitados de seu discurso, o ex-governador disse que tem ouvido buxixos de que querem orquestrar uma intervenção no Estado. Incisivo, ele disse que é contra e defendeu a autonomia da Assembléia Legislativa.
“Atentaram contra tudo, e agora querem atentar contra a autonomia da Assembléia. E estão aí os fuxicos falando de intervenção no Estado. Eu não aceito. Eu sou contrário ao governo ilegítimo que está aí, mas não aceito que ataquem a autonomia da nossa Assembléia”, disse ele completando o raciocínio para dizer que não tem nada contra o governador interino.
Mesmo sem citar Gaguim , Siqueira disse que “não tem nada de pessoal”, contra quem quer que seja, apenas não acredita no governo, pela forma como ele chega ao poder. “Eu sei que não vai dar certo. Por que não nasceu da vontade do povo, não tem como dar certo”.
Reforçando Cavalcante
Ao final do encontro do PP, o ex-governador reforçou a posição de liderança do vereador Cavalcante na Capital. Sem poupar elogios ao vereador, a quem se referiu como um líder em condições de assumir qualquer mandato a nível estadual e até nacional, o ex-governador brincou. “Ah eu vou te contar, tem gente que está com o Cavalcante atravessado na garganta, mas isso é igual espinho da Pirosca, não arranca não”, comparou, voltando a arrancar risos.
Ao finalizar, Siqueira injetou novo ânimo na sua militância: “Aqui está a elite dirigente da ala política do nosso Estado. Quero dizer a vocês que eu espero novas reuniões. Vamos para as ruas. É em romaria que nós vamos conquistar, nas ruas, a volta ao Palácio Araguaia. Para restaurar o frontispício, e mais do que isso, restaurar a luz do Divino Espírito Santo sobre o nosso Estado”.
É o velho Siqueira de volta, e em grande estilo. Pronto para incendiar a sucessão do governador do mandato tampão em 2010.
Comentários (0)